A insuficiência cardíaca tem uma taxa de mortalidade superior a diversos tipos de cancro, tais como o cancro da mama, do cólon, da próstata e a leucemia. "É urgente aumentar o reconhecimento dos sintomas da insuficiência cardíaca, para que possamos ajudar todos aqueles que vivem com esta condição", frisam os especialistas da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).

Cerca de 80% das pessoas com insuficiência cardíaca são idosas. "A melhoria das condições de vida, a maior qualidade dos cuidados de saúde e o avanço tecnológico, que têm garantido uma melhor prevenção e tratamento de diversas doenças, têm levado a um aumento da esperança média de vida da população Portuguesa", admitem os médicos que recordam que "Portugal é hoje um país com uma população envelhecida e, como tal, com elevado risco de desenvolver insuficiência cardíaca".

A SPC alerta os profissionais de saúde, a tutela e a sociedade para a necessidade de discutir a doença que constitui um grave problema de saúde pública em Portugal, constituindo a principal causa de internamento em doentes idosos, com importantes repercussões socioeconómicas.

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"Cerca de um em cada três pessoas confunde os sintomas de insuficiência cardíaca com os sintomas normais de envelhecimento. O diagnóstico da insuficiência cardíaca resulta da constatação de um conjunto de sintomas e sinais que podem ser inespecíficos e de valorização difícil. A insuficiência cardíaca é causada por alterações na estrutura e função do músculo cardíaco, que comprometem o aporte de nutrientes e oxigénio ao organismo", frisam os médicos da SPC em comunicado.

Doença silenciosa e desconhecida

A progressão desta patologia pode ser silenciosa, numa fase inicial, e tende a avançar por surtos de agudização, isto é, de descompensação da doença, levando a internamentos consecutivos.

No futuro, é expectável que uma em cinco pessoas venha a desenvolver esta doença ao longo da vida, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Cerca de metade dos doentes morre, em média, cinco anos após o diagnóstico, que geralmente é tardio", porque a maioria desconhece que tem a doença, alertam os médicos.

"A insuficiência cardíaca é muito debilitante, não só do ponto de vista físico, mas também emocional, o que leva frequentemente a estados depressivos e a outras patologias do foro psicológico, afetando doentes e cuidadores", descrevem ainda os especialistas.