A notícia é avançada pela edição impressa desta quarta-feira (24/08) do Jornal de Notícias.

Ou seja, o Estado pagou cerca de 258 mil euros por dia a empresas privadas para colmatar a falta de médicos nos quadros dos hospitais e centros de saúde de todo o país.

A informação, disponível no Portal do SNS, não permite comparações com anos anteriores, mas face a dados recentes fornecidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) os encargos com este tipo de serviços estarão a aumentar significativamente, escreve o referido jornal.

Ainda de acordo com o Jornal de Notícias, em 2015 (dados até novembro), o SNS gastou 70,4 milhões de euros com prestações pagas a serviços médicos fora do Estado.

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As empresas de prestação de serviços médicos são há muito contestadas pela Ordem dos Médicos, que acusa o Estado de pagar mais a estas empresas do que aos profissionais de saúde.

A Ordem dos Médicos do Norte e o sindicato do setor denunciaram na semana passa (16/08) a “exploração violenta” do trabalho dos médicos, que “roça a escravatura”, para tentar manter as aparências de um Sistema Nacional de Saúde “em crise”.

O Sindicato Independente dos Médicos critica o Ministério da Saúde por contratar ortopedistas a empresas com remunerações superiores às do Serviço Nacional de Saúde e “persistir numa solução que diminui a qualidade” dos serviços de urgência, designadamente no Algarve.

“O Ministério da saúde continua a preferir pagar às empresas apesar de todos os dias serem reportados falhas e problemas. A última delas ocorreu no Hospital de Faro, onde estão três ortopedistas contratados por empresas, ocorreram situações clínicas que necessitavam de cirurgia e não se realizaram, alegadamente por não ter sido possível contactá-los”, exemplificou a estrutura sindical em comunicado emitido no início de agosto.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou que os médicos contratados a empresas são “pagos a 50 euros à hora para não estarem no hospital” e “entram mais tarde quando entram”, quando não “saem mais cedo porque têm que entrar noutro sítio logo de seguida”, considerando que “a pouca vergonha atingiu o clímax” e “a culpa não pode morrer solteira”.