O médico especialista em Medicina Interna, e que atualmente dirige os cuidados intensivos do Hospital do Barreiro, optou por sair das anteriores funções em julho, depois de um ano à frente do programa, por considerar que os recursos que tinha eram insuficientes para garantir "um trabalho honesto" no combate às infeções associadas aos cuidados de saúde.

Em entrevista ao jornal Público, o clínico admite que "batalhou" sempre para obter mais recursos, mas de forma inglória, o que o levou a dar oportunidade a outros para que tentassem fazer "esse milagre".

Segundo este especialista, há muitos hospitais e centros de saúde em Portugal que não cumprem as normas definidas em 2013 pela Direção-geral da Saúde (DGS) e que estipulam que haja profissionais dedicados um número fixo de horas semanais às comissões de controlo de infeção.

O médico critica ainda o aumento preocupante da frequência em Portugal de casos de infeção pela Klebsiella pneumonaie resistente, um microrganismo muito perigoso e com elevada taxa de mortalidade.

O especialista indica que são necessários mais quartos para isolamento e insistir com os profissionais na necessidade de boas práticas de higiene, assim como educar a população para não pressionar os médicos para que lhes receitem antibióticos quando não existe essa necessidade.

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