A substância, que aumenta a produção de hormonas supressoras do apetite no intestino, foi testada em pessoas com excesso de peso que estavam em situação pré-diabética, caracterizada por níveis altos de açúcar no sangue, que pode evoluir para diabete tipo 2, ou seja, uma doença do metabolismo marcada por excesso de açúcar no sangue.

A condição pré-diabética, que se cura com exercício e uma dieta saudável, é muito difícil de tratar quando evolui para diabetes, levando muitas vezes à cegueira, danos no sistema nervoso e à morte.

Especialistas em obesidade do Imperial College de Londres usaram a droga já conhecida e utilizada para combater a obesidade e a diabetes e conseguiram travar o avanço da doença, em conjunto com um regime de exercício.

A investigação envolveu 2.254 adultos obesos com pré-diabetes em 27 países, que foram divididos em dois grupos, um dos quais com injeções diárias de liraglutida. Ambos os grupos foram colocados numa dieta especial e a fazer exercício.

Após três anos da experiência, o resultado foi que as pessoas que tomaram liraglutida tinham menos 80% de probabilidade de evoluir para diabetes tipo 2.

O médico Carel Le Roux, co-autor do estudo, afirmou que "estes resultados revolucionários podem abrir caminho para um medicamento seguro e eficaz para reverter a pré-diabetes e evitar a diabetes em 80% das pessoas em situação de risco".

Acrescentou que o medicamento testado tem um efeito semelhante a uma hormona produzida naturalmente que reduz o apetite, e que existe menos em pessoas obesas, o que as leva a comer mais.

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