Em declarações hoje à rádio TSF, António Parente disse que a taxa de sucesso do medicamento “é fabulosa”.

“Os números são maravilhosos. Este medicamento é uma revolução, faço parte dos 95% dos doentes que negativaram. A taxa de sucesso deste medicamento é fabulosa. A luta valeu a pena. Há um esforço enorme dos hospitais para atingir estes números. É uma revolução”, declarou António Parente, que é doente e porta-voz da Plataforma Hepatite.

Apesar de considerar os números muito positivos, António Parente disse que nem tudo está a correr bem no universo das prisões relativamente a este problema, pelo que deixou um alerta.

“O acesso [ao tratamento] dos doentes que estão encarcerados é difícil. Claro que passa pelo Ministério da Justiça. Parece-me que há uma falta de comunicação, alguma lacuna em levar as pessoas. As pessoas têm de ir aos hospitais fazer os exames. Nós percebemos que não é fácil, é uma população onde a taxa é muito elevada”, vincou.

Entretanto, os ministros da Justiça e da Saúde, Paula Teixeira da Cruz e Paulo Macedo, respetivamente, já anunciaram que têm a intenção de avançar com um rastreio junto da população prisional.

4.060 tratamentos iniciados

Um total de 107 doentes com hepatite C ficaram totalmente curados através do programa de tratamento lançado em fevereiro, após meses de negociações entre o Governo e a indústria e de reivindicações de doentes e familiares, anunciou terça-feira o Infarmed.

De acordo com uma nota do organismo que regula o setor do medicamento em Portugal, foram autorizados 6.815 tratamentos, dos quais 4.060 foram já iniciados pelos hospitais.

“Dos tratamentos finalizados, e após a necessária análise virológica efetuada 12 semanas depois, constatou-se que 107 doentes estavam curados e apenas 2 foram reportados como não curados”, lê-se na informação do Infarmed.

Estes dados constam de uma página com as estatísticas do programa da hepatite C que a partir de hoje está disponível no site do Infarmed, a qual visa “dar resposta aos pedidos dos profissionais de saúde e dos média acerca da evolução dos tratamentos realizados”.

O programa para o tratamento da hepatite C foi anunciado pelo ministro da Saúde a 06 de fevereiro. O acordo com a indústria farmacêutica, conseguido após meses de negociações e de exigências dos doentes, inclusivamente no interior do parlamento, prevê “o pagamento por doente tratado, e não por embalagem dispensada, e contempla todos os cerca de 13 mil doentes de hepatite C inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.