De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, mais de 93 milhões de pessoas na União Europeia já tinham experimentado drogas ilícitas, sendo a iniciativa mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Segundo o relatório anual, hoje divulgado, os valores do último ano revelam que o consumo atinge principalmente a população adulta jovem, estimando-se que, só entre os 15 e os 34 anos, tenham consumido drogas 18,7 milhões de pessoas nos últimos 12 meses. De toda a população adulta, dos 15 aos 64 anos, que no último ano admite o consumo de drogas, 23,5 milhões de pessoas tinham consumido ‘cannabis’, 3,5 milhões cocaína, 2,7 milhões ‘ectsasy’, 1,8 milhões anfetaminas e 1,3 milhões consumiram opiáceos.

As drogas estimulantes ilícitas (como cocaína e ‘ecstasy’) continuam a ser associadas a padrões de consumo diversos, mas todos os tipos possuem níveis de pureza mais elevados do que os referidos há uma década. "Este setor das drogas ilícitas cresceu em complexidade, com a disponibilidade imediata de novos estimulantes", assinala o relatório.

O consumo de cocaína é mais elevado nos países ocidentais e do sul da Europa, enquanto o consumo de anfetaminas é mais evidente nos países do norte e do leste europeu. Através de análises às águas residuais e dos dados das apreensões de droga, as autoridades julgam que a disponibilidade de cocaína possa estar novamente a aumentar nalgumas partes da Europa.

Quanto às drogas injetáveis, o consumo continua a registar uma diminuição, mas sem deixar de ser um "desafio para as políticas em matéria de saúde pública". Diminuiu igualmente o número de infeções por VIH/sida atribuído ao consumo de drogas injetáveis, sendo que em 2016 foram comunicadas 1.233 infeções, que "é o menor número em mais de duas décadas".

O Observatório Europeu reconhece que está a suscitar uma "preocupação considerável" o aparecimento de opiáceos sintéticos muito potentes, que apresentam "riscos graves para a saúde pública".