Mais de um milhão e meio de portugueses com 60 ou mais anos e 55% dos indivíduos com doenças crónicas foram vacinados contra a gripe este ano.

Segundo dados do Vacinómetro, revelados esta quinta-feira, 52% dos profissionais de saúde em contacto direto com is doentes também receberam a vacina. O Vacinómetro – que monitoriza a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários e recomendados – indica ainda que do total dos grupos inquiridos, 91,9% já tinha recebido a vacina contra a gripe em outras épocas, enquanto os restantes (8,1%) tomaram esta vacina pela primeira vez.

Em relação à época gripal anterior (2013/2014) registou-se um aumento da percentagem de pessoas vacinadas, passando de 62,2% para os 64,5%, no caso das pessoas com mais de 65 anos, e de 34,3% para 35,3% dos indivíduos com idades entre os 60 e os 64 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica.

De acordo com Filipe Froes, médico pneumologista membro da SPP, “a gripe é a principal doença do adulto que pode ser prevenida pela vacinação. A melhor maneira de tratar a gripe e as suas complicações é prevenir, pelo que a vacina deve ser vista como um investimento na prevenção de inúmeras complicações".

"Como no ano passado houve escassez, este ano foi feito um esforço e aumentou-se a importação de mais vacinas, o que permitiu que as pessoas que não se vacinaram no passado ano, tivessem oportunidade de o fazer este ano", acrescenta.

O pneumologista salienta ainda que “embora os resultados registados este ano tenham sido positivos, a vacinação da gripe continua a ser uma prioridade e tem que se tornar um hábito, uma rotina em toda a população com mais de 65 anos.”

A gripe é a principal doença do adulto prevenível pela vacinação e, no nosso país, esta infeção é responsável por milhares de internamentos hospitalares e centenas de óbitos. Na Europa, estima-se que o excesso médio de óbitos associados à gripe seja de 40 mil por época. Em Portugal, a média ao longo de várias épocas foi de cerca de 2400 óbitos.