De entre a população com 65 ou mais anos (2,1 milhões), mais de 1,6 milhões não tinham dificuldades na realização dos cuidados pessoais, refere o inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE), realizado em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Dos restantes, cerca de 458 mil referiram ter pelo menos uma dificuldade na realização dos cuidados pessoais sem ajuda.

O inquérito precisa que 343 mil idosos tinham dificuldade em tomar banho ou duche (16,3%), 305 mil em deitar-se e levantar-se da cama ou em sentar-se e levantar-se de uma cadeira (14,5%) e 289 mil tinham dificuldade em vestir-se ou despir-se (13,7%).

Houve ainda 154 mil (7,3%) que disseram ter dificuldade em utilizar a retrete, cerca de 79 mil em lavar as mãos e a cara sem ajuda (3,8%) e 65 mil disseram que lhes custava alimentar-se sozinhas (3,1%).

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No que respeita à realização de atividades domésticas, cerca de um milhão de idosos disseram ter pelo menos uma dificuldade em executá-las sem ajuda.

Segundo o estudo, 261 mil idosos tinham dificuldade em preparar refeições (12,4%), 238 mil em gerir o dinheiro e tarefas administrativas (11,3%), 214 mil em preparar e tomar a medicação a horas (10,2%) e 174 mil tinham dificuldade em usar o telefone (8,3%).

O INE acrescenta que 490 mil idosos referiram dificuldades para ir às compras (23,3%), 414 mil em realizar tarefas domésticas ligeiras (19,7%) e 910 mil mencionaram dificuldades na realização de tarefas domésticas pesadas ocasionais (43,2%).

Outros resultados do inquérito apontam que a maioria da população disse ter suporte social para resolver um problema pessoal: 64,2% indicaram poder recorrer a três ou mais pessoas e 33,1% a uma ou duas pessoas.

Contudo, mais de 200 mil pessoas (2,3%) disseram não ter a quem pedir ajuda em caso de um problema pessoal grave.

Na área da saúde, o inquérito revela que cerca de 3,6 milhões de pessoas com 15 ou mais anos (40,3%) foram ao hospital para receber cuidados de saúde e mais de 819 mil estiveram internadas num estabelecimento hospitalar nos 12 meses anteriores à entrevista.

A maioria dos internamentos foi de dois a 15 dias (60,4%), sendo que o internamento foi de apenas um dia para 207 mil pessoas (25,3%) e de mais de duas semanas para 111 mil pessoas (13,5%).

O estudo adianta ainda que três quartos da população referiram ter ido a uma consulta de Medicina Geral e Familiar, mas foram menos de 50% os que tiveram um consulta de medicina dentária

No mesmo período, foram 4,3 milhões (48,1%) as pessoas que recorreram a consultas de outras especialidades, sendo que para 33,5% das pessoas (1,4 milhões) a última consulta tinha ocorrido nas quatro semanas anteriores.

Cerca de 56% da população em estudo referiu ter tomado medicamentos receitados por um médico nas duas semanas anteriores à entrevista e 23,9% referiram ter consumido medicamentos sem receita médica.

Mais de metade das mulheres em idade fértil referiram usar contracetivos para evitar uma gravidez, adianta o inquérito, realizado em todo o país entre setembro e dezembro de 2014.