De acordo com o estudo apresentado pela Direção-Geral da Saúde, a prevalência da hipertensão nos homens com mais de 65 anos é de 71,3% e nas mulheres idosas está acima dos 75%.

O coordenador nacional das doenças cardiovasculares admite que a hipertensão entre os mais velhos é muito elevada, além de o estudo apontar para um mau controlo do problema neste grupo etário.

Apenas cerca de 35% dos hipertensos com mais de 65 anos tem a sua hipertensão arterial controlada.

Neste estudo, que analisou utentes inscritos nos centros de saúde e com médico de família, a taxa de prevalência da hipertensão global em Portugal situa-se nos 26,9%, sendo mais elevada no sexo feminino (29,5%) do que no sexo masculino (23,9%).

Ao todo, são mais de 2,6 milhões de utentes dos centros de saúde com hipertensão, 1,4 milhões deles têm mais de 65 anos.

O coordenador nacional para as doenças cardiovasculares, Rui Cruz Ferreira, sublinha que este estudo é um ponto de partida importante, uma vez que se trata de uma análise de larga escala que permite ter elementos estatísticos a nível nacional que possibilitem uma intervenção mais dirigida.

O estudo deixou ainda perceber diferenças regionais consideradas significativas quanto à prevalência e controlo da hipertensão.

Em termos de prevalência, a administração regional de Lisboa e Vale do Tejo é a que que regista menor taxa de doentes, enquanto o Alentejo é a que tem maior prevalência, muito próxima dos valores do Algarve.

No que respeita ao controlo da hipertensão por regiões, são verificadas também “diferenças significativas”, principalmente entre a região norte (cerca de 40% de controlo da doença) e a região do Algarve (cerca de 20%).

O cardiologista Espiga de Macedo, que apresentou o estudo, considerou “muito, muito baixa” a percentagem de hipertensos controlados na região do Algarve, admitindo que este indicador possa estar relacionado com o facto de ser a zona do país com maior taxa de doentes sem médico de família.

Aliás, no barlavento algarvio, onde metade da população não tem médico de família, regista-se nos centros de saúde uma prevalência de 46% de hipertensão.

Para Espiga de Macedo, os resultados positivos de controlo da hipertensão na zona Norte mostram que Portugal “tem a obrigação de atingir os mesmos valores noutras regiões”.

O estudo hoje apresentado concluiu ainda que metade dos doentes hipertensos em Portugal tem um valor de colesterol elevado.