12 de agosto de 2013 - 10h31
O Estado gastou quase cinco milhões de euros em 2012 com a assistência médica feita no estrangeiro a mais de 600 doentes portugueses, embora a maioria dos casos tenha sido de exames e análises pedidos a centros europeus.
Os dados foram divulgados à agência Lusa pelo Departamento da Qualidade na Saúde da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que revelou igualmente terem sido Espanha e França os principais países estrangeiros que deram assistência aos portugueses.
De acordo com a DGS, no ano passado 604 doentes foram assistidos no estrangeiro, num total de 886 deslocações, o que implicou custos totais de 4,8 milhões de euros.
Por especialidade, a genética concentra o maior número de assistências (58%), mas apenas para envio “do produto biológico para estudo molecular, genético ou exame laboratorial para vários centros europeus”. Neste âmbito foram visados 353 doentes e 368 deslocações.
Os pedidos para a especialidade de cardiologia corresponderam a 2% do total — 13 doentes e 16 deslocações —, cuja principal patologia foi o tromboembolismo pulmonar crónico com hipertensão pulmonar, e os países de destino foram França e Espanha.
A especialidade de gastro levou igualmente a Espanha e França 20 doentes (em 28 deslocações), com síndrome do intestino curto. Na área da ginecologia, foram assistidos 4% destes doentes (23 pessoas em 27 deslocações) para “transfusão feto fetal”, no Reino Unido e em Espanha. Quanto à especialidade de oftalmologia, foram os tumores oculares — retinoblastoma (em crianças) e melanoma (adultos) — que levaram 41 doentes (7%) à Suíça, num total de 101 deslocações.
Relativamente a estas patologias, a DGS especifica que “existe uma significativa rotatividade destes doentes, porque os protocolos de tratamento exigem deslocações de quatro em quatro semanas até o tratamento ser concluído”.
A pneumologia também levou a Espanha no ano passado 69 doentes (11% do total), por fibrose quística e enfisema pulmonar, em 204 deslocações, o que a DGS justifica uma vez mais com a “significativa rotatividade destes doentes”.
“Têm que se deslocar muitas vezes para consulta de seguimento pós transplante e pré-transplante”, acrescenta.
Lusa