Promovido pela Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), este estudo revela que existem 1.681 enfermeiros oncologistas nos 60 hospitais públicos e privados consultados para esta pesquisa.

Destes profissionais, 1.183 trabalham nos IPO: 561 em Lisboa, 185 em Coimbra e 437 em Lisboa. Nos restantes hospitais trabalham 498 enfermeiros oncologistas.

O estudo refere que 776 enfermeiros oncologistas (46,9%) têm menos de 10 anos de atividade, 623 (37,7%) entre 10 e 20 anos de atividade e 257 (15,5%) mais de 20 anos.

De acordo com o estudo, “o maior número de profissionais desenvolve a sua atividade nas unidades clínicas, principalmente na oncologia médica, hospital de dia e quimioterapia”.

A principal atividade dos enfermeiros oncologistas desenvolve-se nos serviços de oncologia médica (537 profissionais), seguindo-se o hospital de dia (465), de quimioterapia (404), cirurgia (301), hematologia (287), pneumologia (268), cuidados paliativos (200), cuidados intensivos (97) e radioterapia (83).

Por unidades clínicas, os enfermeiros oncologistas estão distribuídos pela ginecologia (79), urologia (39), dermatologia (oito), imunohemoterapia (sete), consulta da dor (seis), radiologia (quatro), risco familiar (três) e medicina pós-operatória (um).

Nas consultas externas, os enfermeiros oncologistas distribuem-se pelos serviços de todos os tumores (164), digestivo (114), paliativos (76), Otorrinolaringologia (70), pulmão (42), hemato-oncologia (40), mama (40), urologia (39), urgência oncológica (35), transplante de medula óssea (30), consulta da dor (nove), endocrinologia (seis) e radiologia (cinco).

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), Jorge Freitas, sublinhou a importância deste levantamento que “permite, pela primeira vez, traçar um retrato da profissão”.

“Agora sabemos quantos somos e onde estamos e ficámos com um retrato fidedigno” da enfermagem oncológica, adiantou.

Sobre as características desta profissão, Jorge Freitas afirmou que o trabalho do enfermeiro oncológico tem duas vertentes: “Uma parte técnica e uma outra, tantas vezes minimizada, de orientação dos doentes e da família, para os doentes poderem viver com a sua doença com a maior qualidade de vida possível, papel humano, de orientação”.

Jorge Freitas reconhece que existe uma procura dos hospitais privados por estes profissionais, uma vez que estes “estão a crescer e alguns a iniciar o seu trabalho na área da oncologia”.

“Os privados vão buscar enfermeiros com experiência adquirida no público”, disse.