Na maior parte dos doentes idosos internados, a causa é multifatorial e complexa. Independentemente das causas subjacentes, o que caracteriza o delirium é a perturbação da atenção (como a redução da capacidade de dirigir, focar, manter e mudar a atenção) e da consciência (diminuição da orientação em relação ao ambiente).

Este distúrbio desenvolve-se num curto período de tempo, habitualmente horas a poucos dias, explica Joaquim Cerejeira.

O delirium está associado a um aumento da duração do internamento, da morbilidade e da mortalidade intra-hospitalar, e compromete as taxas de deterioração cognitiva e funcional e de mortalidade.

"Esta síndrome aumenta significativamente a necessidade de cuidados de saúde à população, representando um acréscimo económico, comparável à diabetes mellitus e às quedas, calculado em mais de 50.000 euros por ano por", explica Joaquim Cerejeira.

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"Infelizmente, a maioria dos casos de delirium, até 76%, não são identificados pelos profissionais de saúde. Vários fatores contribuem para este subdiagnóstico como o desconhecimento em relação aos benefícios do diagnóstico precoce", diz.

Por outro lado, "é errado considerar que é uma complicação inevitável do internamento ou ignorar os sintomas de delirium e atribui-los exclusivamente a uma demência", alerta o médico.

"As ações de formação dirigidas para todos os profissionais devem focar-se na promoção do conhecimento sobre delirium e no treino de competências específicas para reconhecer este síndrome e implementar as medidas terapêuticas necessárias", acrescenta o clínico.

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