No estudo divulgado esta terça-feira (23/08), a equipa de Saúde Escolar da ULS do Nordeste questionou 1.122 estudantes dos 5.º, 7.º, 10.º e 12.º anos para fazer um diagnóstico dos comportamentos com implicações na saúde dos alunos das escolas da região.

De acordo com as respostas dadas, embora todas as faixas etárias estejam bem informadas, os hábitos nocivos vão aumentando com a idade e nos 10º e 12º anos “72% dos estudantes refere que consome bebidas alcoólicas” em festas e saídas noturnas, considerando esta e outras substâncias como o tabaco e as drogas “calmantes” e “fundamentais para se divertirem”.

“Apesar de estarem conscientes dos perigos, acham que se consumirem vão divertir-se mais”, conclui o estudo.

O consumo de bebidas alcoólicas é admitido também “por 12% dos alunos” do 7º ano, com quatro por cento dos inquiridos neste grupo a assumirem que “fumar é um hábito" e destes "26% fumam diariamente”.

Os jovens foram questionados, segundo informou a ULS do Nordeste, sobre os seus conhecimentos e os seus comportamentos relativos a hábitos do dia-a-dia, como a higiene, a alimentação, o exercício físico, o número de horas de sono, bem como o consumo de álcool, tabaco e drogas, consoante a faixa etária abrangida por cada nível de ensino.

A avaliação aos alunos do 5.º ano, a maioria com idades entre os 10 e os 11 anos, concluiu que “esta faixa etária tem bons conhecimentos ao nível dos hábitos mais adequados de higiene oral, da importância de tomar o pequeno-almoço e de comer fruta e legumes, de praticar exercício físico e de dormir entre oito a nove horas diariamente”.

Alunos só lavam dentes em casa

Relativamente à higiene, em nenhuma das escolas dos inquiridos há o hábito de lavar os dentes, prática que todos apontaram realizar em casa.

No que toca à alimentação, a maioria toma o pequeno-almoço e consome legumes e frutas. O exercício físico também está presente nos hábitos destes jovens.

Do inquérito sobressaem ainda algumas “ideias erradas”, nomeadamente na avaliação efetuada aos alunos do 10.º e 12.º anos, em que foi abordado o tema da Educação Sexual.

O estudo constatou que “apesar de 87% dos inquiridos terem conhecimento que o método mais eficaz para prevenir as doenças sexualmente transmissíveis é o preservativo, ainda há 10% que considera que a pílula tem a mesma função”.

Entre os inquiridos, “30% dos jovens admite que não utiliza proteção para prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, de forma contínua e assertiva”.

Esta avaliação, levada a cabo no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Escolar, “irá permitir à equipa de Saúde Escolar da ULS Nordeste direcionar as ações de sensibilização e de promoção da saúde para incentivar as crianças e jovens do distrito de Bragança a adotarem hábitos mais saudáveis, capacitando-os para se tornarem responsáveis pela sua saúde e bem-estar”.