Em declarações aos jornalistas à porta da unidade hospitalar horas depois de a mulher ter voltado com o seu filho, a pediatra de serviço na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais Maria Alfaro disse que “felizmente o bebé chegou em boas condições, a mãe estava muito arrependida”.

“Entregou o bebé em boas condições de higiene, aparentemente está bem. Agora vamos avaliar o bebé, o estado de saúde, a parte familiar, social e logo se vê”, disse a médica.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, Pedro Nunes, realçou que a mãe está a ser observada no serviço de Obstetrícia e que “o hospital só alegou o perigo para a vida do bebé para poder acionar as autoridades policiais, portanto foi uma presunção de risco, não foi um diagnóstico de risco efetivo”.

“O que o hospital procurou desde o início foi transmitir uma mensagem de apelo a que a mãe voltasse ao hospital com a criança”, declarou Pedro Nunes.

De acordo com Maria Alfaro, quando questionada sobre as motivações, a mãe em causa respondeu que, uma vez que trata de crianças e de idosos, a dimensão mediática do caso iria colocar “em risco” o seu trabalho, daí ter regressado ao hospital.

“Mas parece uma mãe preocupada, apesar de tudo. E aparentemente o bebé está bem”, sublinhou a médica.

Pedro Nunes disse ainda que “o hospital não é uma instituição prisional, é uma instituição ao serviço dos doentes, tenham eles que doenças tiverem, e portanto para o hospital esta mãe não é uma criminosa é uma doente que tomou atitudes eventualmente reprováveis socialmente, mas que está ao cuidado [do hospital], como o bebé está e é significativo que o bebé esteja bem e bem tratado”.

No passado domingo de manhã, a mulher, de acordo com o gabinete de relações públicas do Centro Hospitalar do Algarve, “abandonou inesperadamente o Hospital de Faro e sem conhecimento da equipa de saúde, onde se encontrava internada, levando consigo o filho recém-nascido que estava internado no serviço de medicina intensiva neonatal e pediátrica”.

Na quinta-feira, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e a Entidade Reguladora da Saúde anunciaram estar a investigar o caso.