4 de fevereiro de 2014 - 10h55
O deputado CDS-PP na Assembleia Legislativa da Madeira Mário Pereira alertou hoje que os hospitais da região registam a mais alta taxa de infeções hospitalares do país, sendo que por cada cem doentes atendidos 14 foram afetados.
“Entre 2010 e 2013, o número aumentou 44 por cento e por cada cem doentes admitidos, 14 ganharam uma infeção que não tinham, o que é o valor mais alto do país, pois nenhum hospital tem mais de dez por cento”, disse o parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira, no período de antes da ordem do dia.
O deputado apontou que esta situação consta de um relatório enviado pelo Serviço Regional de Saúde à Direção-Geral de Saúde e constitui “um fiel indicador dos serviços prestados nos hospitais” da região.
Mário Pereira realçou que este problema não acontece por culpa dos profissionais, mas está relacionado com a qualidade das instalações e dos serviços prestados.
O médico enunciou nove razões para esta elevada taxa de infeções registada no serviço de saúde da Madeira, entre as quais “o nível de carência na reposição do material clínico, por via das dificuldades financeiras, que é preocupante”.
Mencionou, ainda, que as “normas de orientação clínica não foram atendidas, as ações de prevenção têm-se manifestado insuficientes” e há uma “desadequação das enfermarias” nas unidades hospitalares do arquipélago.
“Este problema não é exclusivamente financeiro e de gestão, é também político, de democracia”, declarou, salientando o “empenho dos profissionais de saúde no combate a estas infeções”.
O deputado realçou que no hospital do Funchal existe um enfermeiro para 20 doentes, enquanto na unidade dos Marmeleiros apenas há um destes profissionais para cada 50 utentes.
“A Saúde é gerida sem sentido humano”, frisou.
Mário Pereira insistiu ser necessário “repensar e passar para a construção de uma nova unidade hospitalar para benefício dos profissionais de saúde e dos utentes” da Madeira.
Hoje, o plenário da Assembleia Legislativa da Madeira esteve em risco, segundo informou o presidente, pois “o edifício não dispõe de água canalizada” devido a uma rutura no sistema de abastecimento.
“A minha opinião foi de que se suspendessem os trabalhos hoje, mas não foi esse o entendimento da conferência de líderes parlamentares”, informou Miguel Mendonça, sugerindo que os deputados “satisfaçam as necessidades fisiológicas conforme a imaginação”.
Lusa


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