31 de julho - 11h55

A Madeira, onde um surto de dengue afetou centenas de pessoas em
2012, não regista qualquer caso autóctone relacionado com esta doença
desde o dia 3 de março de 2013, segundo a autoridade regional de saúde.

"Quando digo que há suspeita é um caso que, efetivamente, apresenta
febre e pelo menos dois sinais clínicos que se possam enquadrar no
quadro de dengue e posso reafirmar que não há casos autóctones, não há
casos de dengue com origem na região desde há 17 meses, desde 3 de
março de 2013", data em que o surto foi declarado controlado, afirmou à
Lusa a vice-presidente do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos
Sociais (Iasaude), Ana Clara Silva.

No período pós-surto apenas
se confirmaram casos de dengue importados, quatro casos ainda em 2013
(dois de Angola e dois da Venezuela) e um caso em 2014 vindo da
Venezuela.

Apesar do conhecimento da presença do mosquito Aedes
aegytpi na Madeira desde 2005, os primeiros casos de febre da dengue
foram registados laboratorialmente em 3 de outubro de 2012. Na altura, acabaram por ser confirmados em laboratório 517 casos.

O período de maior intensidade da atividade do mosquito Aedes aegytpi situa-se entre julho e novembro.

Atualmente o Iasaude tem ainda um programa de monitorização de voos provenientes de vários locais. "Nós
fazemos a monitorização dos voos que vêm diretamente das Canárias e,
neste caso concreto, voos diretos estamos só a vivenciar os três voos
semanais, à terça, à sexta e ao domingo", explicou.

A Venezuela é outro local que exige maior atenção devido ao elevado número de emigrantes madeirenses. "Foi
remetida uma informação, através da direção dos serviços das
comunidades madeirenses, para toda a área de influência a nível da
República da Venezuela", indicou.

Atualmente está em curso uma
ação de introdução de sal nas sarjetas da via pública, locais
identificados como de risco, em três freguesias da cidade do Funchal.

Esta
ação é da responsabilidade da Câmara Municipal do Funchal, inserida no
plano municipal, e decorre de vários trabalhos de ensaio prévio,
realizados quer pelo Departamento de Ciência do município.

Estudos
recentes levados a cabo pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical,
baseados na prospeção feita pelo Iasaude, indicam que a introdução de
sal parece sugerir que "a água salgada não é um meio favorável ao
desenvolvimento e larvas de Aedes aegypt, uma vez que não se detetaram
formas imaturas do mosquito em 60% das sarjetas intervencionadas".

A
febre de dengue transmite-se aos humanos pela picada do mosquito Aedes
aegypti infetado e apresenta como sintomas febre e dores de cabeça e nas
articulações. Num estado mais avançado, a doença pode causar
hemorragias e tornar-se mortal.

Lusa