Elegendo a construção do novo hospital da Madeira como uma das prioridades do Orçamento Regional para 2017, João Faria Nunes declarou que “a região aguarda que o apoio nacional se materialize, conforme o compromisso assumido pelo Governo da República”.

O governante falava, no parlamento madeirense, durante a discussão na generalidade da proposta orçamental do executivo madeirense para o próximo ano.

O projeto do novo hospital (para substituir o já existente no Funchal) tem um custo estimado de 340 milhões de euros, tendo sido anunciada a comparticipação de metade do valor pelo executivo da República em sede de Orçamento do Estado (OE) para 2017.

Porém, Faria Nunes considerou que “50% de zero é zero”, porque não há qualquer verba específica inscrita no OE para a obra.

“O futuro hospital será construído em território nacional. Não será só dos madeirenses. Será uma unidade de saúde portuguesa”, sublinhou, apontando que o governo insular inscreveu no seu Orçamento “as verbas necessárias para a conclusão do projeto de execução do novo hospital, bem como parte das expropriações dos terrenos”, na ordem dos 3,7 milhões de euros.

2018 é a data de lançamento do projeto

Faria Nunes sustentou que “o novo hospital será feito em sistema de construção pública e terá gestão pública”, referindo que o equipamento “só pode ser lançado em 2018”.

“Até à construção do novo hospital, é decisivo assegurar obras de manutenção urgentes” no atual Hospital Dr. Nélio Mendonça [Funchal], nos blocos operatório central e de Obstetrícia, estando previstas também intervenções no Hospital dos Marmeleiros (unidade de cuidados continuados na freguesia do Monte).

O responsável apontou três grandes prioridades para a área da Saúde: o acesso aos centros de saúde e ao hospital, a qualidade dos cuidados prestados e mais eficiência com os recursos disponíveis.

Segundo o governante, foi implementado um novo modelo de organização dos centros de saúde no arquipélago, foram lançados novos planos de saúde oral e de saúde mental e no próximo ano entrará em funcionamento um centro de atendimento ao utente à distância (‘tele-saúde’).

Outra aposta do executivo madeirense é o controlo das listas de espera, estando a decorrer a “reclassificação das cirurgias de acordo com as regras nacionais, através de expurga administrativa e clínica”.

João Faria Nunes anunciou que a lista será “tipificada e divulgada” a cada três meses, uma medida vai “pôr fim a especulações políticas e ao uso deste tema como mera arma de arremesso político”.

O governo insular pretende também fazer uma “forte aposta na cirurgia de ambulatório” e contratualizou com o setor privado um programa para os exames de diagnóstico.

Quanto às lacunas de recursos humanos, o responsável recordou que “entraram 153 novos enfermeiros que cobriram as necessidades hospitalares mais urgentes”, considerando ser “um número recorde que foi além do que era pedido pela Ordem e pelo sindicato para este ano”.

A área médica “foi reforçada com 27 médicos de várias especialidades” e ocorreram 80 novos recrutamentos de assistentes operacionais, complementou.

Questionado sobre a falta de medicamentos no hospital do Funchal, Faria Nunes declarou que a Madeira é “a região [do país] com menos rutura” – situa-se nos 3%, sendo inferior à média de 5% nos hospitais no território nacional.

O Orçamento Regional da Madeira para 2017, num total de 1.665 milhões de euros, afeta 851 milhões (51%) às funções sociais, dos quais 387 milhões (23,3%) estão reservados para a área da Saúde, o que representa um aumento de 11,8% em comparação com 2016.