12 de novembro de 2013 - 13h28

A Maternidade Alfredo da Costa registou este ano um aumento de 14% das situações sociais, totalizando 1.234 casos, mais do que em todo o ano de 2012, segundo dados avançados hoje à Lusa pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central.

A maioria das sinalizações (43%) está associada à violência
física, seguindo-se o abuso sexual (31%), a negligência (21) e o abuso
emocional (3%).

Em 2012, foram contabilizados 1.062 casos, precisam os dados do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde está a decorrer o II Congresso do Serviço Social do CHLC.

Já no Hospital D. Estefânia (HDE) foi registada uma quebra de 35% das sinalizações feitas ao Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e Jovem em Risco em 2012, ano em que foram efetuadas 122 sinalizações, contra 187 no ano anterior.

“O elevado número de sinalizações relacionado com a violência física e o abuso sexual deve-se ao facto de o hospital possuir equipas especializadas, com competência para a deteção deste tipo de maus-tratos”, explica o CHLC.

Nos últimos três anos, verificaram-se “muitos casos” no HDE que necessitaram da intervenção da Área de Apoio Social do CHLC.

Subida já em 2012 relativamente a 2011

Assim, em 2011 foram contabilizados 2.366 episódios sociais, número que subiu para 2.636 em 2012. No primeiro semestre deste ano foram registados 1.351 casos.

A precariedade económica está na base da maioria destes casos, cerca de 75% nos últimos três anos, mas os casos relacionados com o desemprego têm vindo a subir, passando de 28% em 2011 para 41% em 2013.

Os problemas relacionados com o sistema de proteção estiveram na
base de 11% dos casos em 2011, 6% no ano seguinte e 12% em 2013,
enquanto os problemas relacionados com a habitação motivaram,
respetivamente, 9%, 4% e 8% dos casos.

Nove por cento dos casos
registados em 2011 estavam associados a crianças e jovens em perigo,
número que desceu para 3% em 2012, mas que voltou a subir para 6% nos
primeiros seis meses deste ano.

Para estes casos, o CHLC
disponibiliza apoio Alimentar, compra de medicação, transportes para
garantir consultas ou tratamentos, banco de roupa, brinquedos, entre
outros apoios.

O CHLC registou também “muitos casos de
adultos/idosos” que necessitaram da intervenção. No entanto, o número de
doentes com alta protelada por motivos sociais é significativamente
inferior ao número de doentes atendidos no apoio social: 9.312 em 2011,
9.894 em 2012 e 7.925 este ano.

Os motivos identificados em 2012
para o protelamento da alta, e que são recorrentes em todos os anos, são
a espera de vaga em centro de dia ou para apoio domiciliário, a
atribuição de subsídio para integração em lar ou para cuidadora, a
recusa da alta hospitalar, o facto de o doente não ter suporte familiar
ou a inexistência de rede social de suporte.

Segundo o CHLC, “as
causas que normalmente criam mais dias de protelamento da alta são as
que se prendem com atribuição de subsídios para lar ou cuidador”.

Os
idosos com alta protelada têm, na grande maioria, mais de 70 anos, são
mulheres, portadores de doenças crónicas incapacitantes, totalmente
dependentes ou semidependentes, e estão em situação de risco social.

As
famílias apresentam constrangimentos para lhes prestar apoio efetivo,
refere o CHLC, adiantando que “o tempo de demora” para resolução destes
casos prende-se com “as respostas atempadas ou não das redes de
suporte”.

Para dar resposta a algumas solicitações, o centro
hospitalar criou o Banco de Roupa, o Banco Alimentar e o projeto “Ser
Solidário no CHLC”.

SAPO Saúde com Lusa