Depois do município de Viana, principal foco do problema, onde no início de abril foram vacinados cerca de 62 mil animais, incluindo 172 macacos, além de cães e gatos, a campanha alarga-se a partir de hoje a Belas, Cacuaco, Cazenga, Icolo e Bengo, Quiçama e Luanda.

Em toda a província de Luanda já morreram este ano mais de 35 pessoas vítimas de raiva, transmitida pela mordedura de animais, sobretudo de cães.

O último caso mortal, conforme relatou hoje à Lusa o administrador de Belas, Filipe Espanhol, registou-se esta semana, naquele município.

"Está a ser um problema. Temos muitas mordeduras, mais de 750 desde o início do ano, mas ainda assim poucas mortes, devido à campanha de vacinação [da população] de rotina que temos feito. Mas são já cinco mortos este ano, incluindo três crianças, e o último óbito por raiva aqui em Belas foi há três dias", explicou Filipe Espanhol.

Só neste município de Luanda, está prevista a vacinação de 38.323 animais de estimação, o que corresponde a 70 por cento dos que estão oficialmente registados, numa tarefa que será levada a cabo, ao longo dos próximos cinco dias, por cerca de 120 funcionários.

4.290 mordeduras até março

Entre janeiro e março deste ano foram notificadas 4.290 casos de mordeduras por animais em toda a província de Luanda e mais de 90% das mortes por raiva foram de menores de 10 anos.

"Se esta tendência continuar, acredita-se que os custos anuais para assegurar a vacina das pessoas mordidas por animais com raiva, só em Luanda, ultrapassem os seis milhões de dólares [5,5 milhões de euros]", refere uma informação anterior da Organização Mundial de Saúde (OMS) enviada à Lusa.

Aquela agência das Nações Unidas, que está a apoiar esta campanha, recorda que a vacina contra a raiva custa cerca de 120 kwanzas (um euro), "mas o seu tratamento é 100 vezes mais dispendioso".

A campanha de vacinação em curso está a ser coordenada pela Comissão Nacional contra a Raiva, que inclui os ministérios da Saúde, Agricultura, a Polícia Nacional, Forças Armadas Angolanas e as várias administrações municipais, além do apoio técnico da OMS.

As autoridades provinciais de Saúde de Luanda já fizeram saber que este tipo de campanha de vacinação integrada passará a realizar-se de forma anual, até que o surto de raiva esteja controlado.

Estimativas da OMS indicam que o continente africano regista uma média de 24 mil mortes anuais por raiva, mais de 90% dos casos provocados pela mordedura de cães, animal que em áreas urbanas "é o principal reservatório da doença".

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