"Queremos aumentar o tipo de resposta, porque também temos em consideração os novos reptos demográficos que temos na cidade e, portanto, não podemos estar diferenciados ou distantes daquilo que é a evolução da própria cidade e temos de olhar para o futuro da cidade a 5, 10 e 15 anos e perceber que há novas necessidades", disse o vereador da Segurança e Proteção Civil do município, Carlos Manuel Castro, que falava na cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho.

Em causa estão parcerias com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Lisboa, os bombeiros voluntários Lisbonenses, da Ajuda, do Beato e de Campo de Ourique. Apesar de hoje não ter estado presente, a corporação do Cabo Ruivo também se vai juntar ao projeto.

Além do reforço do socorro em emergência pré-hospitalar, a iniciativa visa otimizar os meios do Regimento de Sapadores Bombeiros e das seis corporações de bombeiros voluntários, bem como assegurar a formação dos elementos do dispositivo, num investimento camarário de 90 mil euros. "Estamos a transferir verbas da Câmara para os bombeiros voluntários da cidade, para que haja uma garantia de um serviço permanente de qualidade", sublinhou o autarca, falando num "passo inovador no país".

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Caso este projeto-piloto, que vai ser concretizado nos primeiros seis meses do ano, seja bem-sucedido, a autarquia admite, passado esse tempo, reforçar o Dispositivo Integrado e Permanente de Emergência Pré-Hospitalar com mais ambulâncias.

Falando sobre o processo que envolveu a criação deste dispositivo, Carlos Manuel Castro ressalvou que resulta de "três anos de trabalho intenso". "Conseguimos (…) colocar as questões e quezílias pessoais à parte e colocar o interesse dos corpos de bombeiros à frente de qualquer outro tipo de interesse e, com isso, servir a cidade de Lisboa", precisou.

Acresce que o projeto assinala o fim do "ciclo de reformas deste mandato", ao nível da segurança. "Por um lado, no âmbito da Polícia Municipal, aquilo que está a acontecer com a passagem dos elementos da divisão de trânsito da PSP para a Câmara Municipal" e, por outro, "toda a reforma profunda que temos assumido no Regimento de Sapadores Bombeiros", especificou o vereador.

O projeto, que está a ser articulado com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), é coordenado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e conta com a colaboração da Liga de Bombeiros Portugueses.

Presente na ocasião, o presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rui Rama da Silva, reconheceu que a "negociação não foi fácil, porque havia um histórico que não era o mais simpático ou o mais animador".

Também por essa razão, este é "um momento histórico", estando em causa "um trabalho pioneiro que, inevitavelmente, terá consequências, não só aqui em Lisboa, mas, porventura, noutras capitais de distrito e noutras cidades e vilas deste país", considerou o responsável.