Uma iniciativa conjunta do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, do Centro de Preservação de Fertilidade do CHUC e da Administração Regional de Saúde do Centro que assim lançam um projeto nacional de ampla divulgação da oncofertilidade.

Trata-se de uma nova área clínica de intervenção multidisciplinar que pretende ir ao encontro das necessidades dos doentes oncológicos, no que diz respeito ao seu potencial reprodutivo, uma temática que tem sido abordada essencialmente nas comunidades científica e académica e que é importante trazer para o quotidiano.

No espírito da sua missão de divulgar informação sobre o cancro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem uma campanha em que alerta que “os tratamentos de cancro podem, em certos casos, afetar a fertilidade. As mulheres/homens com cancro devem conhecer o seu risco de infertilidade antes de iniciar tratamentos”.

Em alguns tratamentos de doenças oncológicas existe, por exemplo, a possibilidade de diminuição de óvulos nas mulheres e no caso dos homens a alteração da produção de espermatozóides. A conversa sobre estes e outros possíveis efeitos do cancro na fertilidade deve decorrer na altura do diagnóstico e antes de começarem os tratamentos.

As doenças oncológicas ocorrem em indivíduos cada vez mais jovens e cada vez é mais tardia a decisão de ter filhos. Logo a possibilidade de uma doença oncológica que comprometa o vir a ser mãe ou pai é cada vez maior. Mas há boas notícias: é possível preservar a fertilidade em doentes oncológicos com boas taxas de sucesso e vários dos procedimentos são gratuitos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

Grande campanha de informação

Todos os profissionais que contactam com doentes oncológicos (sejam médicos ou enfermeiros, psicólogos ou assistentes sociais, entre outros) devem ter conhecimento desta área médica e do encaminhamento que pode e deve ser feito num curto espaço de tempo. O grande objetivo desta sessão pública é precisamente garantir que antes dos doentes iniciarem os tratamentos, conheçam as opções de preservação de fertilidade e sejam referenciados a especialistas em Medicina de Reprodução.

O encontro vai decorrer na manhã de 28 de fevereiro, sábado, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra. Uma intervenção inicial de Ana Teresa Almeida Santos, professora da Faculdade de Medicina de Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, vai apresentar a oncofertilidade como uma área médica emergente, seguindo-se apresentações sobre os riscos de infertilidade no doente oncológico e as estratégias para apoiar a tomada de decisão da preservação de fertilidade, por Cristina Silva e Cláudia Melo, respetivamente. Todas as palestrantes são elementos do Centro de Preservação da Fertilidade do CHUC.