Em comunicado, a Liga lembra que “a candidatura do CHTV deu entrada fora de tempo, pelo que não foi sequer considerada”, e lamenta que “os responsáveis por tal erro não o tenham tentado corrigir em mais de dez meses”.

“Dez meses daria para fazer reverter a decisão, entregar novo processo, pois o primeiro (de setembro de 2015) não chegou a dar entrada por ter sido enviado fora de prazo”, acrescenta.

A Liga alude a informações que recebeu da secretaria de Estado da Saúde a 20 de junho - com esclarecimentos dados pelo presidente da Comissão Nacional para os Centros de Referência - onde se pode ler que o CHTV apresentou candidaturas a centros de referência para a área de oncologia de adultos (cancro do reto e cancro hepatobilio/pancreático), cujo prazo terminou a 18 de setembro de 2015. “O Centro Hospitalar Tondela Viseu apresentou candidaturas às referidas áreas, em 22 de setembro de 2015, o que motivou a sua exclusão com fundamento em intempestividade”, justifica o documento.

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Apesar de posteriormente o CHTV ter requerido novamente a admissão das candidaturas, “os novos factos alegados pelo centro em nada alteraram o sentido da decisão da comissão que exclui as candidaturas em causa”, refere.

Neste âmbito, “a comissão não tem esclarecimentos adicionais a prestar”, cabendo ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde “tomar uma decisão sobre esta matéria”, acrescenta.

A Liga de Amigos e Voluntariado do CHTV lamenta que os viseenses fiquem sem as cirurgias oncológicas do colo retal e hepatobilio/pancreático, “para as quais há tecnologia e os médicos especialistas altamente qualificados e com provas dadas”, e questiona-se se “os mais altos responsáveis locais” têm feito o que devem.

Aludindo a uma reunião que o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, teve no dia 15, em Lisboa, com o ministro da Saúde, a Liga critica que, nesse mesmo dia, o autarca se tenha apressado a, nas redes sociais, comunicar à população “a vitória” de que o hospital não perderá o serviço de cirurgia pediátrica.

“Não informou, infelizmente, nada sobre o centro de referência ou a oncologia.... dizia ‘estar em estudo’”, acrescentou.

Contactada pela agência Lusa, fonte da autarquia disse que “o município de Viseu não participa de agendas de lutas partidárias nem comenta posições de entidades que as representem”.

“Mantém a defesa intransigente dos serviços de cuidados de saúde das populações, como tem sido público”, sublinha.