1 de maio de 2014 - 07h22

A Assembleia Municipal de Leiria aprovou hoje, por unanimidade, uma moção contra a portaria que pode retirar valências ao Hospital de Santo André, exigindo a sua “imediata revogação”.

“O Centro Hospitalar de Leiria está, agora, na iminência de lhe serem retirados serviços de excelência, como a maternidade ou a imunoalergologia e neurocirurgia, valências que tanto custaram a conquistar”, refere a moção, acusando o Governo de coligação de PSD/CDS-PP de coartar “o caminho de transformação do hospital”, que serve 400 mil pessoas, em urgência polivalente.

No documento, proposto pelo PS, lê-se que a portaria, publicada pelo Governo, “constitui um violento ataque” ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e “ao direito constitucional à saúde” e visa “o desmantelamento da rede hospitalar pública, sem qualquer critério de equidade ou de coesão territorial”.

“Com esta portaria, o Governo tem em vista, uma vez mais, o encerramento arbitrário de serviços hospitalares, a diminuição acentuada da capacidade de resposta global do SNS, a criação de condições incontornáveis para uma rápida expansão das entidades privadas, sobretudo por via do recurso aos subsistemas de saúde”, acrescenta a moção.

Exigindo a sua revogação, os membros da Assembleia Municipal, liderada pelo PS, “afirmam a necessidade de manter um SNS para todos os cidadãos” e melhorar “o acesso aos cuidados de saúde, garantindo a prestação de cuidados de saúde de qualidade e lutando contra todas as tentativas camufladas de o querer desmantelar”.

A Assembleia Municipal de Leiria, onde também têm assento o PSD, o CDS-PP, o BE e a CDU, defende ainda a “necessidade de se efetuar uma verdadeira reforma hospitalar, de uma forma racional, participada e transparente”, mantendo “uma lógica de cobertura em redes de referenciação e não apenas o encerramento de camas e serviços”.

Comentando a eventual diminuição de valências do hospital de Leiria, o presidente da câmara, Raul Castro, disse ter a “esperança” de que não venha a ocorrer qualquer alteração ao funcionamento daquela unidade de saúde.

“Se vier a acontecer, todos os presentes e a população, estou certo, tomaremos as necessárias decisões no sentido de contrariar a retirada de valências”, declarou Raul Castro, eleito pelo PS.

Por Lusa