“Não podemos continuar numa lógica ‘hospitalocêntrica’, disse o governante, na Lousã, no distrito de Coimbra, preconizando “a manutenção da saúde, antes mesmo de tratar da doença”.

Na sua opinião, “deve ser este o caminho” e o desenvolvimento das USF “deve prosseguir no próximo ciclo governativo”.

Ao Governo que resultar das eleições de 04 de outubro, cabe o “reforço do conceito” das USF, disse Leal da Costa, que intervinha na inauguração do novo Centro de Saúde (CS) da Lousã, que custou 2,3 milhões de euros, incluindo construção e equipamento, e serve quase 18 mil pessoas.

Fernando Leal da Costa frisou que, desde junho de 2011, na vigência do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, foram criadas no país 125 daquelas unidades, “mais do que as 100 que o principal partido da oposição” – o PS, de António Costa – “se propõe criar” nos próximos quatro anos, se chegar ao poder.

Em resposta a uma reclamação do presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, sobre a conclusão das obras no ramal ferroviário da Lousã, iniciadas em 2009, no âmbito do projeto do metro, e depois suspensas, Leal da Costa disse que acompanha as preocupações do autarca socialista quanto à necessidade de um sistema de mobilidade que assegure também o acesso das populações aos cuidados de saúde.

Afastado da área urbana da Lousã, no distrito de Coimbra, o CS foi construído em terreno cedido pela autarquia e começou a funcionar em dezembro, mais de dois anos e meio após conclusão das obras, em 2012, albergando duas USF.

O projeto foi contemplado com um financiamento europeu de 1,7 milhões de euros, na sequência de uma candidatura que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro apresentou ao Programa Operacional do Centro.

Além das USF Serra da Lousã e Trevim Sol, funcionam no novo edifício os polos da Unidade de Saúde Pública e da Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte.

O Centro de Saúde da Lousã tem 17.613 utentes inscritos nas duas USF, “todos com médico de família atribuído”, segundo uma nota da ARS do Centro.

Na cerimónia, além de Fernando Leal da Costa, interveio o autarca Luís Antunes e os coordenadores das duas USF, João Rodrigues (Serra da Lousã) e Marília Pereira (Trevim Sol).

O concurso público internacional foi lançado em dezembro de 2009, tendo a empresa vencedora cumprido o prazo de 18 meses de execução dos trabalhos.

“Ao longo deste processo, os profissionais de saúde nunca foram informados sobre o seu desenrolar, tendo detetado várias lacunas estruturais que nunca ficaram corrigidas, apesar de não envolver acréscimo de custos”, disse à agência Lusa João Rodrigues.

Um dos “pontos negativos”, segundo o médico, é a localização do Centro de Saúde, “dificultando a acessibilidade e contrariando um critério base da medicina e enfermagem familiar: proximidade às residências dos utentes”.

Marília Pereira, por sua vez, criticou outras lacunas do edifício, como o facto de as salas de espera não permitirem “isolar as pessoas” nos casos de epidemia, entre outras.