A guionista, Christine Ferraro, anunciou a aparição da nova personagem numa entrevista na noite de domingo ao canal norte-americano CBS. A imagem de Júlia já figura nas ilustrações impressas e digitais da série infantil criada nos Estados Unidos, que cumpriu 50 anos de emissão.

O “Monstro das Bolachas” e o “Óscar” terão uma nova amiga, uma menina com cabelo cor-de-laranja que vai chamar-se Júlia.

A nova personagem da “Rua Sésamo” vai fazer a sua estreia nos programas que as cadeias televisivas norte-americanas HBO e PBS vão emitir a partir do início de abril. “A grande discussão [dentro do programa] desde o princípio foi: ‘Como fazemos isto, como falamos de autismo?’”, explicou Ferraro ao programa “60 Minutos” da CBS News. “É complicado porque o autismo não se manifesta de uma única forma, é diferente para cada pessoa”, sublinhou a guionista.

Na sua primeira aparição na televisão, Júlia vai mostrar algumas características que são comuns às crianças com autismo, será apresentada a um dos principais personagens, ao “Poupas”, mas ignorá-lo-á. Confundido com a reação da pequena, o “Poupas” vai pensar que a menina não gosta dele, mas outros personagens da série irão rapidamente explicar-lhe que a menina é diferente e faz as coisas de forma distinta. A intenção dos criadores da série infantil é que o papel de Júlia tenha bastante relevância no programa.

Mais diagnósticos de autismo nos Estados Unidos

Os diagnósticos de autismo aumentaram de forma constante nos últimos anos nos Estados Unidos, até uma taxa de uma em cada 68 crianças nascidas no país, segundo dados dos Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças, citados pelos responsáveis da “Rua Sésamo”.

O autismo é uma perturbação do desenvolvimento que habitualmente se inicia nos primeiros três anos de vida. A maioria das crianças autistas assemelha-se às outras crianças mas exibem um comportamento diferente, com atividades estranhas e aparentemente incompreensíveis.

Nas formas menos graves de autismo, as crianças falam e exibem capacidades intelectuais embora apresentem perturbações sociais e comportamentais. Embora se pensasse que o autismo era irreversível, hoje sabe-se que existem tratamentos úteis.

Não existe uma causa específica da doença, mas admite-se que o autismo resulte de anomalias na estrutura ou na função do cérebro.