Sem tempo de espera, a baixo custo e para todas as idades. Este pode ser o lema da FacultaTempo, um novo serviço de saúde criado por dois jovens portugueses que permite a compra de serviços - consultas ou exames - avulso no setor privado sem mensalidades obrigatórias e a preço reduzido. Frederico Baptista e Tiago Mendonça, os dois mentores, assinam o projeto. 

SAPO Saúde: O que é a FacultaTempo?
Frederico Baptista (FB): A FacultaTempo é o 1º Plano de Saúde que não exige qualquer mensalidade ou obrigação aos pacientes, ou seja, pela primeira vez um paciente pode aceder a um serviço de saúde no privado, a valores reduzidos e sem filas de espera sem obrigatoriedade de pagamentos. Essa é a grande distinção que temos face aos cartões de saúde, ou seja, libertamos as pessoas de pagamentos desnecessários. O paciente apenas adquire aquilo que necessita. 
A FacultaTempo tem o claro objetivo de solucionar a dificuldade de acesso à saúde sentida pelos portugueses, disponibilizando consultas, exames de diagnóstico, análises clínicas e tratamentos à distância de um clique. 
Para o paciente é muito simples, basta ir a www.facultatempo.pt , selecionar o serviço que pretende, fazer a compra (através do Multibanco ou Homebanking) e efetuar a marcação diretamente com uma das clínicas da rede.
SAPO Saúde: Como surgiu a ideia?
FB: A ideia surgiu após um processo de análise do tipo de necessidades que os portugueses têm vindo a atravessar nos últimos anos. Após um período de emigração e grande vontade de regressar a Portugal, algumas situações familiares próximas relembravam-nos das notícias que todos os dias recebíamos acerca do nosso Serviço Nacional de Saúde e da falta de meios dos portugueses para aceder a esses serviços. 
Tínhamos o objetivo de permitir que mais cidadãos tivessem a possibilidade de ir ao médico sem esperar meses ou sem gastar valores altos do privado. Na altura pensámos “Mas porque temos que pagar uma mensalidade para aceder a um valor inferior numa consulta? Não será possível conseguir esse mesmo valor sem exigir pagamentos adicionais?”... 
Todos nos diziam que não era possível mas era e ainda bem. Abrimos o nosso website em outubro e tem vindo a ser um grande sucesso com o reconhecimento por parte de quem utiliza os nossos serviços de que, de facto, fazemos a diferença e pensamos nas pessoas e nas suas necessidades.

SAPO Saúde: A FacultaTempo é um serviço disponível para todos?
FB: O público-alvo da FacultaTempo é diferenciado e abrangente. Claro que como base são todos os cidadãos que não dispõem de um cartão ou seguro de saúde e que não têm a vontade de se prender a um pagamento regular e obrigatório. 
No entanto, temos muitos pacientes que já possuem cartão ou seguro de saúde que não contemplam determinados serviços, nomeadamente Medicina Dentária, Nutricionismo, Psicologia e Psiquiatria. É extremamente interessante verificar a transversalidade do nosso serviço, que serve não só quem não está protegido por convenções, mas também quem tem outros serviços contratualizados.  
SAPO Saúde: Como é que os médicos e clínicas olham para este novo serviço?
FB: A recetividade tem sido fantástica. No início do projeto havia alguma perplexidade face a algo tão inovador, mas com a abertura da plataforma, as clínicas verificam a enorme qualidade dos nossos serviços. Somos contactados por diversas clínicas que sabem da nossa existência através de pacientes ou de outros médicos e que afirmam querer participar nesta revolução na saúde. 
As clínicas estão habituadas a sistemas de convenção já implantados. No entanto, vêm na FacultaTempo uma alternativa que funciona de forma rápida e eficaz para as clínicas (onde a Clínica pode aceder ao seu histórico de registos através de um acesso simples ao nosso sistema) e também para os pacientes que afirmam junto das clínicas terem encontrado uma solução há muito esperada.
SAPO Saúde: Como é que a FacultaTempo avalia o estado da saúde em Portugal?
FB: A saúde em Portugal vive um momento ímpar e sem precedentes. Ao nível público, os tempos de espera são simplesmente inaceitáveis, com a maioria das pessoas a aguardarem meses por uma consulta de especialidade. Com os tempos que atravessamos é natural que a maioria das pessoas não possa pagar 90€ por uma consulta no privado. 
A questão é que soluções restam!? Seguros com mensalidades altas e que, infelizmente, a maioria das pessoas não pode aceder. Por outro lado, cartões que cobram mensalidades baixas sem dar qualquer proteção… 

Neste momento em Portugal, a saúde chegou a um momento em que o paciente não é o centro das preocupações como deve ser sempre. Por isso é que sentimos que fazemos a diferença e recebemos esse feedback diariamente. Muitas vezes dizem-nos que fazemos serviço público. E é a verdade.
SAPO Saúde: Qual é a vossa ambição?
FB: Com este projeto pretendemos melhorar a saúde dos Portugueses. Parece ilusório, mas não é. Afirmamos querer mudar o sistema em que vivemos ao nível da saúde. Ao entrarmos neste sistema com uma proposta tão inovadora e tão próxima do paciente, decerto serão continuamente alterados paradigmas existentes. 
Com este projeto pretendemos fazer história e focar as nossas atenções nos pacientes. Perguntam-nos se queremos acabar com os cartões de saúde. Não é esse o nosso objetivo, essa é a verificação dos pacientes que deixam de entender o porquê de pagar uma mensalidade de um cartão quando o nosso serviço já está disponível. 
Com este projeto já permitimos que mais pessoas acedam a serviços de saúde de qualidade e de forma rápida. Isso é o que pretendemos e já está a ser concretizado.
Por Nuno de Noronha/SAPO Saúde