Uma equipa encabeçada por dois cientistas japoneses desenvolveu um reagente que faz brilhar as células cancerígenas, facilitando assim a deteção de tumores de menor dimensão, informou hoje a agência nipónica Kyodo.

Ao ser pulverizado sobre uma determinada zona, o agente, ainda em fase experimental, pode realçar um carcinoma com um tamanho inferior a um milímetro ao conferir às células cancerígenas um brilho de cor verde, segundo detalharam os cientistas no último número da revista científica "Sciente Translational Medicine".

A ressonância magnética e outros métodos existentes são incapazes de detetar tecidos tumorais tão pequenos, pelo que a equipa entende que este avanço pode ajudar no futuro a detetar, com maior precisão e menos custos, a extensão de um cancro.

"A capacidade do olho humano de detetar, sem assistência, pequenos focos de cancro ou os limites precisos do mesmo no tecido normal durante a cirurgia ou a endoscopia é limitada", explicam no artigo os investigadores.

Yasuteru Urano, professor de biologia química da Universidade de Tóquio e Hisataka Kobayashi, cientista chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, são os dois investigadores que lideram a equipa que espera que o reagente possa ser utilizado dentro de poucos anos.

O agente desenvolvido emite um brilho verde numa questão de minutos, graças a uma reação química, quando entra em contacto com uma enzima chamada GGT, que só está presente na superfície das células cancerígenas.

Durante a sua investigação, o grupo conseguiu que o tecido afetado brilhasse 20 vezes mais que o restante poucos minutos depois de ter pulverizado o reagente sobre o abdómen de um dos ratos a que foram implantadas células humanas afetadas por cancro do ovário.

A equipa ainda deve certificar-se de que a molécula fluorescente não é tóxica para o resto das células, ainda que, até ao momentos, tenha garantido que não se detetaram efeitos nocivos inclusivamente face ao uso de grandes quantidades da substância reagente.

24 de novembro de 2011

@Lusa