O presidente da autarquia, Paulo Cafôfo, realçou a importância do projeto na construção de uma "sociedade inclusiva", mas também tendo em conta alguns "fatores de mercado", como o facto de grande parte dos turistas que visitam a Madeira serem idosos, com dificuldades de locomoção próprias da idade, que passam agora a dispor de melhores condições de acesso ao mar.

Este foi um dos seis projetos selecionados pelo orçamento participativo, em que a Câmara Municipal recolheu dezenas de propostas apresentadas por cidadãos. No total, vão ser investidos 300 mil euros, sendo que projeto de acessibilidade ao mar para pessoas com necessidades motoras especiais absorve a maior fatia.

O projeto inicial, da autoria de Hernâni Silva, destinava-se apenas a pessoas com dificuldades motoras, mas a autarquia alargou o seu âmbito, instalando equipamentos que permitem o acesso ao mar também para invisuais e que são únicos ao nível nacional.

O sistema consiste, basicamente, num aparelho de pulso e três boias sinalizadoras que prestam informações ao banhista, orientando-o sobre o caminho a seguir para entrar e sair da água. Por outro lado, existem duas cadeiras flutuáveis, uma cadeira de aproximação ao mar e muletas adaptadas para as pessoas com dificuldades de locomoção.

Hernâni Silva, que usa cadeira de rodas para se deslocar, explicou que a ideia do projeto nasceu no âmbito de um grupo que há muitos anos reivindica melhores acessibilidades.

No caso do acesso ao mar, ele próprio, que se descreve como "amante da praia", era forçado a deslocar-se às piscinas naturais do Porto Moniz, no norte da ilha, para poder ir a banhos em segurança.

"Alguma coisa estava mal. Com mar a toda a volta, não se justificava que não houvesse uma praia com as devidas acessibilidades na zona do Funchal, uma infraestrutura melhorada", salientou.