30 de abril de 2014 - 14h28
Investigadores do gabinete de Gerontologia, da Universidade de Vila Real, estão a estudar os efeitos do exercício físico no atraso do processo do envelhecimento e na redução de danos de DNA, causadores de cancro e outras doenças degenerativas.
Alguns destes estudos vão ser apresentados entre quinta-feira e sábado, no decorrer do Congresso de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde, evento que assinala os 25 anos do curso de Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Entre os vários projetos em curso, está o programa “40 +”, financiado em 90 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que começou em 2012 e termina em 2015.
A professora Paula Mota explicou hoje à agência Lusa que o estudo incide sobre uma amostra de 150 pessoas, homens e mulheres de várias profissões, com idades que vão dos 40 anos aos 83 anos.
Depois de uma avaliação funcional inicial, está a ser aplicado a estes indivíduos um programa de treino de força e de resistência e, no final de 16 semanas, far-se-á uma nova avaliação.
“Já temos alguns resultados que demonstram que o exercício em todas as idades tem um efeito muito significativo no aumento da capacidade antioxidante, que é antienvelhecimento, e reduz significativamente os danos de DNA, que são muitas vezes causas de cancro e de outros tipos de doenças degenerativas”, salientou.
Para Paula Mota, “excelente” era conseguir demonstrar ainda que o “exercício aumenta também a capacidade de reparação do DNA”.
O DNA (ADN em português) vai sofrendo alterações com a idade, às quais, segundo a investigadora, tem sido atribuído um papel importante em termos de surgimento de várias doenças associadas ao envelhecimento, quer a diabetes, hipertensão, arteriosclerose ou o cancro.

Segundo a responsável, os efeitos do exercício físico na capacidade de regeneração de DNA ainda são praticamente desconhecidos e, por isso, realçou também a importância desta investigação.
Paula Mota está ainda envolvida num outro estudo, que está a ser feito com doentes com Alzheimer, que estão em lares da zona de Fafe.
A estes doentes está a ser aplicado um programa de exercício e estudadas vários parâmetros, quer a independência funcional, alterações cognitivas e stress oxidativo.
“Constatamos em todos eles, mesmo em doentes de Alzheimer, que houve uma redução dos danos por stress oxidativo e uma melhoria da capacidade cognitiva”, salientou.
A responsável concluiu que o “exercício claramente melhora a funcionalidade geral”, o que, na sua opinião, “implica que haja menor risco de quedas e uma maior resistência”.
A sessão de abertura do congresso, na quinta-feira, conta com as presenças do secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, e do presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Augusto Baganha.
Durante três dias, especialistas nacionais e internacionais vão apresentar, discutir e trocar ideias no domínio do treino, da pedagogia, da psicomotricidade, do exercício e saúde.
Por Lusa