A super bactéria foi identificada na antiga mina de urânio da Quinta do Bispo, em Viseu, e isolada a partir de lamas com elevadas concentrações de metais radioativos.

As investigadoras Tânia Caetano, Sónia Mendo e Cláudia Covas
As investigadoras Tânia Caetano, Sónia Mendo e Cláudia Covas, da Universidade de Aveiro créditos: Universidade de Aveiro

De acordo com a informação avançada pela Universidade de Aveiro, está já em curso o estudo de como a bactéria pode ser aproveitada na produção de compostos bioativos, admitindo-se que os antibacterianos que a NL19 produz possam vir a ser usados na medicina, na veterinária e na indústria alimentar.

Os ambientes extremos têm-se revelado promissores como fontes para a descoberta de microrganismos com potencial biotecnológico, o que levou a equipa de investigação às minas de urânio já desativadas da Quinta do Bispo, onde muitos resíduos apresentam elevadas concentrações de metais e radionuclídeos da série do urânio.

Batizada pela equipa do Laboratório de Biotecnologia Molecular (LBM) do Departamento de Biologia com o nome científico "Pedobacter portucalensis", uma nova espécie do género Pedobacter, a descoberta da NL19 veio cumprir um dos objetivos do grupo: estudo e descoberta de microrganismos capazes de ajudar a Ciência na produção de novos antibacterianos.

“Esta estirpe produz antibacterianos contra uma gama de bactérias importantes não só na medicina, mas também na indústria de alimentos, na aquacultura e na agropecuária”, refere Sónia Mendo, coordenadora do LBM.

Para além da caracterização dos antibacterianos produzidos por esta nova bactéria está também em curso a avaliação do importante potencial biotecnológico que o microrganismo apresenta como produtora de antifúngicos, antivíricos e anticancerígenos, entre outros compostos bioativos.

O trabalho está a ser desenvolvido pela estudante de doutoramento Cláudia Covas e conta com a colaboração da investigadora em pós-doutoramento Tânia Caetano e de Pedro Domingues, investigador do Departamento de Química da UA.