28 de junho de 2013 - 15h17 
 Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um novo dispositivo aplicável à nanomedicina, cem mil vezes mais pequeno do que um milímetro, que possibilita a destruição seletiva de células tumorais.
Segundo fonte académica, o dispositivo, que está a ser desenvolvido na Universidade de Aveiro, permite medir com grande precisão, à escala do nanómetro, o aumento de temperatura provocado pela absorção de luz infravermelha pelas nanopartículas metálicas de ouro.
O aquecimento local causado pela absorção de luz por nanopartículas de certos metais tem aplicações em sensores fotovoltaicos, na libertação controlada de fármacos e em hipertermia.
Nesta forma de terapia são usadas nanopartículas, por exemplo de ouro, que após administração ao paciente se acumulam nas células de certos tumores. A irradiação desses tecidos com luz infravermelha e a sua absorção pelas nanopartículas provoca, por aquecimento, a morte das células tumorais.
A principal novidade do trabalho dos investigadores do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) de Aveiro é a perspetiva de, simultaneamente, poder aquecer e medir a temperatura das células, evitando, nomeadamente, que o calor libertado destrua também células benignas.
Luís Dias Carlos, da equipa de investigação, espera que a nanoferramenta "seja direcionada exatamente para célula malignas destruindo-as através de calor, controlando o aumento de temperatura, sem necessidade do doente ter de recorrer às terapias convencionais que acabam também por afetar células saudáveis".
A equipa de investigação da UA procura agora dar os próximos passos: testes em células laboratoriais e, posteriormente, em animais.
Mengistie Debasu, Duarte Ananias e João Rocha são os restantes investigadores da Universidade de Aveiro que desenvolveram o novo dispositivo, em parceria com as universidades espanholas de Vigo e San Sebastián, que é capa da revista Advanced Materials.
SAPO Saúde com Lusa