27 de junho de 2014 - 12h51

O Instituto de Investigación Sanitaria de Santiago de Compostela e o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia apresentaram hoje em Braga um projeto com cinco linhas de investigação centradas no diagnóstico oncológico, neurológico e em novas terapias contra o cancro.

Com um orçamento de quase três milhões de euros, o projeto conjunto InveNNta – Inovação em nanomedicina para o desenvolvimento socioeconómico da euro região Galiza-Norte de Portugal, integra mais de 30 investigadores.

Estes investigadores, 12 deles contratados no âmbito do projeto, iniciaram o seu trabalho em setembro de 2013 e preveem a obtenção de “importantes resultados” num prazo máximo de dois anos.

“Trata-se de um ambicioso programa que está a ser levado a cabo pelo Instituto de Investigación Sanitaria de Santiago (IDIS) e pelo Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), e que pretende dar resposta a necessidades médicas por resolver nas áreas da neurologia, cancro e dos novos modelos assistenciais”, esclareceram, em conferência de imprensa, os seus promotores.

Para além de “uma significativa redução dos custos” com os cuidados de saúde, o objetivo é “gerar novos produtos e tecnologias, capazes de promover o emprego qualificado e a criação de Empresas de Base Tecnológica (EBT), no espaço transfronteiriço Galiza-Norte de Portugal”, acrescentaram.

O projeto visa transformar a região “numa referência para a investigação em nanomedicina, capaz de liderar iniciativas empreendedoras, e de competir na linha da frente, a nível internacional”.

É suportado por um orçamento global de 2.811.911 euros e é cofinanciado pelo Fundo Estrutural de Desenvolvimento Regional (FEDER) da União Europeia, ao abrigo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2007-2013 (POCTEP).

Os trabalhos estão a ser desenvolvidos de acordo com os objetivos estratégicos definidos e estão direcionados para o lançamento das bases para criação de uma rede de inovação em nanomedicina.

O desenvolvimento de sistemas de diagnóstico até à fase de
protótipo, com aplicações na luta contra o cancro e doenças
neurológicas, com o propósito de atenuar os custos dos cuidados de saúde
e de dependência, é outro dos objetivos que o InveNNta persegue.

Visa
também “o desenvolvimento de sistemas de seguimento in vivo de células
chave para o diagnóstico e tratamento de doenças complexas, com o fim de
obter novos agentes de controlo por imagem de ressonância magnética
(IRM)”.

A transferência de tecnologia e a atração do investimento
da indústria também fazem parte dos desafios imediatos dos parceiros
impulsionadores do projeto InveNNta, de forma a apresentar candidaturas
conjuntas nos concursos, a lançar no âmbito do Horizonte 2020 –
programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia.

A
nanotecnologia aplicada à medicina oferece soluções onde os fármacos
convencionais atingiram os seus limites e permite vislumbrar a
possibilidade de cura a partir do próprio corpo e ao nível celular ou
molecular.

A monitorização em alta definição, a reparação de
tecidos, o controlo exaustivo da evolução das doenças, a defesa e
melhoria dos sistemas biológicos humanos, o diagnóstico precoce e a
prevenção ou tratamento individualizados são alguns dos avanços
científicos que o campo da nanomedicina torna possíveis.

Por Lusa