19 de julho de 2013 - 15h48
O Instituto Nacional de Saúde português está a apoiar o seu homólogo de Angola na criação de um laboratório de referência em tuberculose para melhorar o diagnóstico daquela doença e, em consequência, prevenir as resistências aos antibióticos.
Em comunicado, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), informa que, "na qualidade de membro da Rede de Laboratórios Supranacional de Referência para a Tuberculose (TB), assinou um protocolo com o Instituto Nacional de Saúde Pública de Angola".
Em declarações à Lusa, a investigadora do INSA Maria João Simões explicou que o trabalho do instituto em Angola visa melhorar a cobertura do diagnóstico da tuberculose no país: "quantos casos com diagnóstico clínico têm confirmação laboratorial, quantos casos com confirmação laboratorial têm teste de suscetibilidade aos antibacilares".
"Isso permite instituir uma terapêutica mais segura e evitar o alastramento dos casos de resistência, que é um problema global", acrescentou a investigadora.
Segundo a especialista, grande parte dos laboratórios em Angola resume o diagnóstico da tuberculose a um diagnóstico por exame direto, o que considerou "manifestamente insuficiente" dado o problema das resistências do bacilo aos antibióticos.
"É preciso fazer cultura para avaliar essas resistências", explicou.
O papel do INSA passa por apetrechar o laboratório nacional e fazer a formação da equipa para que este laboratório de referência possa fazer toda a metodologia laboratorial, não só pelos métodos mais simples.
O laboratório do INSA, que é um dos dois na Europa que funcionam como "laboratório supranacional de referência", serve de referência ao laboratório angolano, fazendo a auditoria e o seu o controlo de qualidade.
Uma investigadora do INSA está no país africano a fazer formação, estabelecer os protocolos laboratoriais que se usam em Portugal.
Segundo estimativas divulgadas no relatório de 2012 da Organização Mundial de Saúde, Angola registou 81 mil casos de tuberculose em 2011, o que equivale a uma incidência de 413 casos por 100 mil habitantes, tendo uma taxa de mortalidade de 3,7 por cem mil habitantes, com 7,3 mil mortos.

Lusa