26 de junho de 2014 - 13h11

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação registou uma quebra de 8% nas colheitas de sangue no primeiro semestre deste ano, revelou hoje o presidente da instituição, mostrando-se “muito preocupado” com a descida esperada no verão.

Numa conferência de imprensa destinada a apelar à dádiva e a apresentar a campanha de verão, Hélder Trindade afirmou que houve uma diminuição de 10% na afluência de dadores no início do ano, que melhorou ligeiramente para 8% no final de maio, comparativamente ao período homólogo de 2013.

“Os dadores esperados simplesmente não aparecem e as brigadas emagrecem”, desabafou.

Segundo o responsável, as reservas de sangue nacionais estão hoje nas 13.558 unidades, das quais 7.296 no Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

Para o grupo 0 (zero) negativo há seis dias de reserva no IPST e 17 dias a nível nacional e para o 0 (zero) positivo há 11 dias de reserva no instituto e 16 a nível global.

Quanto ao grupo sanguíneo A, para os positivos há reserva para 18 dias a nível nacional e 15 no IPST e para os negativos 17 dias a nível do país e sete dias no instituto.

Verão é sempre um mau período

Hélder Trindade considera que as reservas estão num “nível razoável do ano passado para este” -, mas mostra-se preocupado, porque “o verão é sempre um período mau, em que as colheitas são mais escassas”.

“A globalidade é nacional e do IPST. Os hospitais estão abastecidos, mas encaro com muita preocupação este verão”, sublinhou.

Por isso, o presidente do IPST apela à participação na campanha de
verão, que vai decorrer entre a última semana de julho e o final de
agosto, admitindo que possa mesmo vir a ser antecipada.

Esta
campanha promove sessões de colheita do instituto junto da população e
apoia em concreto as sessões de colheita nas praias, parques de campismo
e outros locais tradicionalmente considerados locais de férias.

Durante
o mês de agosto, decorre uma campanha especial de verão no Algarve, com
equipas do IPST deslocadas semanalmente para sessões de colheita afetas
às unidades móveis em Albufeira, Tavira, Quarteira e Lagoa.

Hélder
Trindade indicou que o instituto procura sobretudo angariar novos
dadores, por um lado para colmatar os que vão perdendo por via da
emigração ou do envelhecimento, e por outro, porque os dadores regulares
– sobretudo os que dão mais do que duas vezes por ano – normalmente não
deixam de dar.

“Apesar de ser uma população flutuante [a dos
dadores], há um certo padrão de regularidade. A grande parte dos dadores
é a que dá duas vezes por ano, provavelmente também para manter a
isenção nas taxas moderadoras”, afirmou.

Segundo Hélder Trindade,
o número de dadores que dá sangue quatro vezes por ano ronda o milhar,
os que dão três vezes por ano são cerca de nove mil, os que dão duas
vezes por ano ultrapassam os 45 mil e 91 mil é o número de dadores que
dá uma vez por ano.

“Hoje estamos perto do meio milhão de
dadores”, disse, acrescentando que em 2013 houve um total de 214.062
colheitas, das quais 28.515 foram de novos dadores.

De entre
estas pessoas que deram sangue pela primeira vez no ano passado, 13.128
tinham acima de 35 anos, 9.917 tinham entre 35 e 25 anos e 5.470 tinham
menos de 25 anos.

Por Lusa