5 de novembro de 2013 - 10h41
O diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), do Instituto da Droga e da Toxicodependência, fez na segunda-feira um balanço “claramente positivo” dos seis meses da entrada em vigor da lei que proibiu a venda de drogas em smartshops.
“Aquilo que temos como dado objetivo é uma queda quase vertiginosa do número de urgências hospitalares relacionado com o uso destas substâncias”, disse João Goulão, que falava aos jornalistas à margem da conferência “Novas adições, Novos desafios”, organizada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
O responsável do SICAD referiu que desde que a lei foi aprovada houve “um encerramento quase total das lojas, porque deixaram de ser viáveis do ponto de vista económico”. Algumas sobrevivem com “a venda de objetos, parafernália relacionada com o uso de substâncias, como sejam cachimbos mortalhas e outro material, mas não vendem as substâncias”.
“Tanto quanto sei, há duas lojas que continuam abertas. Ainda bem que conseguem sobreviver sem vender as substâncias que agora foram proibidas”, acrescentou.
De acordo com o responsável, a maioria destas smartshops sobreviviam vendendo substâncias novas que eram legais porque não houve tempo para as proibir.
“A sua comercialização beneficiava aqui de uma janela de oportunidade, que em alguns casos era de alguns meses, noutros de anos, durante os quais eram comercializadas, ocasionando numerosos problemas, traduzidos, nomeadamente, no recurso às urgências hospitalares por parte dos consumidores”, frisou.
Em abril, o Governo decidiu proibir a venda de 159 substâncias psicoativas, o que levou ao desaparecimento quase por completo das chamadas smartshops.
A conferência Novas Adições, Novos Desafios visou sensibilizar os participantes para a adequação da intervenção dois profissionais às novas necessidades emergentes, promovendo respostas interinstitucionais, com impacto nos ganhos em saúde da população.
SAPO Saúde com Lusa