O glúten, uma proteína que se encontra em cereais como o trigo, o centeio e a cevada, dá ao pão e a outros alimentos elasticidade durante o processo de cozedura e uma textura mastigável.

Uma pequena percentagem da população é intolerante ao glúten devido, nomeadamente, à doença celíaca. Contudo, as dietas sem glúten tornaram-se populares para pessoas sem qualquer intolerância, apesar da falta de evidências científicas de que a redução do seu consumo é benéfica para a saúde.

No estudo, divulgado pela American Heart Association, uma associação para o estudo e prevenção de doenças do coração, uma equipa de investigadores da Universidade de Harvard observou que a maioria dos voluntários que nele participaram consumia menos de 12 gramas por dia de glúten e os que ingeriram mais quantidades da proteína apresentavam menor risco de ter diabetes do tipo 2.

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Em contrapartida, os participantes que consumiam menos glúten (menos de quatro gramas por dia) tendiam a ingerir menos fibra de cereais, um protetor natural do organismo contra o desenvolvimento da diabetes do tipo 2.

Os investigadores avaliaram o consumo diário de glúten de 199.794 participantes de três estudos, através de questionários sobre hábitos alimentares feitos num período de dois a quatro anos. A média diária de ingestão de glúten variava entre 5,8 e 7,1 gramas e a principal fonte da proteína estava em massas, cereais, pizza, bolos e pão.

Durante o trabalho realizado pelos investigadores de Harvard, que incluiu o acompanhamento de 4,24 milhões de pessoas nos períodos de 1984-1990 e de 2010-2013, um total 15.947 casos de diabetes do tipo 2 foram confirmados.

Necessárias mais investigações

Apesar dos resultados obtidos, serão necessárias mais investigações. O estudo baseou-se em observações e não engloba dados de pessoas que se abstiveram de consumir glúten, já que a maioria dos voluntários participou no trabalho antes de as dietas sem glúten se tornarem populares.

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A diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue e outras alterações do metabolismo provocadas por deficiência ou falta de insulina (hormona segregada pelo pâncreas).

A forma mais comum de diabetes é a do tipo 2, em que os doentes não estão dependentes de injeção de insulina, ao contrário dos que têm a diabetes do tipo 1.

Os diabéticos têm um risco acrescido de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e na retina.