Comer avelãs e amendoins diariamente reduz os riscos de mortalidade por doença oncológica, problemas cardiovasculares e até diabetes. A garantia é dada por um novo estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade de Maastricht, na Holanda. Apesar de ter sido inicialmente divulgada em junho, nas últimas semanas tem vindo a ser apresentada em congressos médicos. De acordo com o professor Piet van den Brandt, que coordenou a investigação, ingerir 15 gramas de frutos de avelãs por dia é meio caminho andado para prevenir o problema.

Publicadas no International Journal of Epidemiology, as conclusões da análise justificam a redução dos riscos de mortalidade com a quantidade de ómega-3, fibras, vitamina E, antioxidantes e gorduras benéficas presentes neste tipo de alimentos. Estudos anteriormente levados a cabo já associavam a ingestão regular de frutos secos a uma diminuição dos níveis de colesterol, dos riscos de arritmia e da possibilidade de formação de coágulos sanguíneos.

Em março deste ano, um artigo divulgado pelo Medical News Today mencionava uma outra investigação que associa o consumo de nozes a uma redução de 20% do risco de mortalidade cardiovascular. Para chegar às conclusões a que chegou, a equipa coordenada por Piet van den Brandt monitorizou mais de 120.000 holandeses, homens e mulheres, com idades entre os 55 e os 69 anos.

As vantagens para a saúde não se esgotam, contudo, aqui. Um outro trabalho científico, tornado público em julho deste ano, enaltece as propriedades nutricionais das amêndoas. O seu consumo tem efeitos semelhantes aos das avelãs e dos amendoins.

O que as amêndoas podem fazer pela sua saúde

Faz agora 10 anos que um importante estudo, publicado pelo Journal of the American Dietetic Association em 2005, veio sugerir que ingerir este fruto seco diariamente aumenta os níveis de vitamina E no plasma e nas células sanguíneas vermelhas ao mesmo tempo que faz diminuir os níveis de colesterol.

«Essa vitamina é um poderoso antioxidante que protege as células contra a oxidação», assegura Ella Haddad, uma das autoras da investigação. Especialistas do Departamento de Nutrição da Universidade da Califórnia, nos EUA, garantem ainda que o consumo regular de amêndoas reduz os riscos de cancro do cólon. Uma outra pesquisa, publicada no jornal Circulation, concluiu que «as amêndoas consumidas enquanto snacks em dietas de sujeitos hiperlipidémicos reduz, de forma significativa, o risco de ocorrência de doença coronária».

Em 2013, o maior estudo do género até então, realizado por uma pool de cientistas do Dana-Farber Cancer Institute, do Brigham and Women's Hospital e da Harvard School of Public Health e publicado no New England Journal of Medicine, veio afirmar que as pessoas que integram frutos secos na sua alimentação diária tendem a viver mais tempo.

Texto: Luis Batista Gonçalves