1 de abril de 2014 - 22h01

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assegurou hoje que não recusou socorro ao jovem de Grândola com uma ferida profunda na cara, mas apenas o transporte gratuito para o hospital.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Grândola, Ricardo Ribeiro, tinha dito à Lusa que um jovem de 21 anos com uma ferida profunda na cara, e que pediu ajuda aos bombeiros hoje de madrugada, teve de pagar a deslocação para o Hospital do Litoral Alentejano, depois de ver recusado o transporte pelo INEM.

"Nesta situação não está em causa o socorro, que foi prestado, mas sim o pagamento do transporte para o Hospital Litoral Alentejano", informou o porta-voz do INEM, Pedro Santos, confrontado com a denúncia feita pelos bombeiros.

"A intenção dos Bombeiros Voluntários, aquando da comunicação para o CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes, foi de solicitar o designado `número de ficha´ para procederem ao transporte do jovem para o hospital de forma gratuita para o utente, passando a responsabilidade do pagamento do mesmo para o INEM", acrescentou.

Segundo Pedro Santos, a situação do jovem, pelas informações transmitidas ao CODU, não preenchia os requisitos necessários para beneficiar do transporte gratuito.

"As normas em vigor no CODU (e que são do conhecimento das várias entidades) referem que o INEM apenas assume a responsabilidade dos serviços na sua plenitude, incluindo a responsabilidade financeira, através da atribuição de um número de evento, havendo uma triagem clínica prévia por parte dos CODU", disse.

"Assim, não havendo essa triagem prévia, não é atribuído número de ficha CODU, pois o INEM não se pode responsabilizar por algo em que não teve (por motivos que lhe são alheios) nenhuma intervenção precoce", acrescenta.

O porta-voz do INEM lembrou ainda que, mesmo sem número de ficha CODU, se a vítima receber cor amarela, laranja ou vermelha na triagem, o Serviço Nacional de Saúde assegura o pagamento desse transporte.

Lusa