Uma nova prótese neurológica implantada no cérebro permite que um tetraplégico consiga mexer um braço artificial através do pensamento, revela um ensaio clínico publicado na quinta-feira na revista Science.

Até agora, as diferentes abordagens de controlo de prótese testadas envolviam braços mioelétricos acionados pelo músculo ou ligados a implantes inseridos no cérebro, produzindo movimentos semelhantes a espasmos, o que não acontece com esta técnica.

Um dos casos relatados no ensaio clínico é o de Erik Sorto, 34 anos, tetraplégico há 13, depois de um ferimento na coluna vertebral, e que conseguiu usar um braço artificial sem esforço através do pensamento.

Erik Sorto tornou-se na primeira pessoa no mundo a ter uma prótese neurológica implantada numa região do cérebro onde se formam as intenções, o que lhe dá a capacidade de agarrar um copo ou jogar ao "pedra-papel-tesoura".

"O córtex parietal posterior situa-se a montante no processo que conduz a um movimento, o que faz com que os sinais estejam mais em linha com a intenção de agir do que com a execução do movimento", explicou Richard Andersen, professor de neurologia e que dirigiu a investigação, cita a imprensa internacional.

Os implantes ligados ao braço artificial foram colocados em 2013 no Hospital Keck de Los Angeles, nos Estados Unidos.