O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) relatou hoje, em comunicado, a existência de dois casos de tuberculose em enfermeiros da Urgência de Portimão, afirmando que os restantes 50 profissionais que compõem a equipa ainda não foram rastreados, informação refutada pela administração do CHA, que diz que o segundo caso foi detetado no âmbito desse rastreio.

Em comunicado, o CHA nega ainda a desativação de um quarto de isolamento em Portimão, depois de o SEP ter criticado a "destruição", durante obras, do "único" quarto de isolamento respiratório com pressão negativa que existia naquela urgência, o que alegadamente exigiria que o isolamento obrigatório dos doentes com tuberculose fosse feito apenas por "cortinas", no espaço de decisão clínica.

Segundo os enfermeiros, o primeiro dos casos de tuberculose a serem detetados aconteceu no final de maio, após sintomas manifestados por uma enfermeira, o que deu origem à obrigatoriedade de rastrear todos os outros profissionais.

"Confirma-se a necessidade de médico de trabalho e de rastreios anuais à tuberculose, em que se teria precocemente identificado a doença e evitado possíveis contágios", reclamam, afirmando temer que se repita o atraso de seis meses no tratamento aos afetados, situação que dizem ter acontecido noutro serviço da unidade de Portimão, no ano passado.

De acordo com o SEP, "os profissionais estão indignados por terem que esperar por autorização para prosseguir com os exames e por não terem ainda sido informados do resultado dos raio-x, alguns realizados há cerca de três semanas", e "não compreendem porque ainda não têm os resultados ao teste IGRA realizado há quase duas semanas", havendo "fortes probabilidades de existirem mais positivos".

O CHA confirmou a existência de dois casos de enfermeiros do Serviço de Urgência de Portimão diagnosticados com tuberculose, mas assegurou que "têm sido devidamente acompanhados pelo Serviço de Saúde Ocupacional do CHA", que desenvolveu "todos os protocolos de tratamento e monitorização, com planos terapêuticos e os meios complementares de diagnóstico adequados".

A administração do centro hospitalar lamenta que "situações passíveis de ocorrer em todos os hospitais do mundo possam ser utilizadas para o combate político" e sublinha que todas as profissões ligadas à saúde "estão sujeitas a um risco potencial acrescido" de contrair doenças.