9 de janeiro de 2013 - 09h41

O Hospital na Comunidade, destinado a portadores do VIH/Sida seguidos no Hospital Amadora-Sintra, evitou, em dois anos, 285 dias de internamento e 18 idas às urgências, num total de 43 mil euros, segundo um relatório.

O relatório final de acompanhamento do Projeto “Hospital na Comunidade” vai ser hoje apresentado na sessão sobre “Desafios para o Acesso e Adesão à Terapêutica Antirretroviral”, organizada pela Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde (AJPAS), e que decorrerá no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

O documento, a que a Lusa teve acesso, dá conta do resultado de um trabalho que decorreu entre 01 de abril de 2010 e 30 de setembro de 2012, desenvolvido em contexto domiciliário ou em gabinete, consoante as necessidades das pessoas, que embora não necessitando de vigilância clínica 24 horas por dia, necessitam de um acompanhamento regular da sua situação de saúde.

A investigação, financiada por um laboratório e supervisionada pelo economista Pedro Pita Barros, apurou que cada trimestre adicional de acompanhamento recebido pelo Hospital na Comunidade gerou por utente um decréscimo de 3,7 por cento nos episódios de urgência e de 11,9 por cento nos dias de internamento.

“Um decréscimo de 3,7 por cento por utente corresponde a uma diminuição média de 0.0077 episódios de urgência por doente num trimestre”, acrescenta o relatório.

Os autores do documento estimam que, considerando o número de participantes e a duração do projeto, foram evitados cerca de 18 episódios de urgência, o que em termos monetários implica uma poupança de 323,7 euros.

O Hospital na Comunidade evitou ainda, em média, 0.1227 dias de internamento, por utente e por trimestre, o que implica um total de 284,8 dias para todos os utentes e trimestres e uma poupança no valor de 42.966,9 euros.

O projeto teve um custo total de 443.48,48 euros.

Os autores do relatório sublinham que “grande parte dos benefícios a nível da adesão terapêutica e dos custos evitados devido aos efeitos da progressão da doença não foram contabilizados em termos monetários”.

O Hospital na Comunidade resultou de uma parceria entre o Hospital Amadora-Sintra (Dr. Fernando Fonseca) e a AJPAS.

Lusa