3 de setembro de 2014 - 09h22
As equipas do Centro Oncológico de Vila Real vão deslocar-se ao Nordeste Transmontano para tratarem os doentes desta região, que perdeu há três meses a única especialista que assegurava um tratamento de proximidade, anunciaram na terça-feira os responsáveis.
As administrações do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) divulgaram à Comunicação Social a parceria que ainda vai ser oficializada com o propósito de garantir aos doentes oncológicos do distrito de Bragança uma resposta de proximidade.
A colaboração entre as duas instituições transmontanas surge na sequência da saída, em julho, da única médica oncologista que nos últimos dois anos permitiu aos doentes serem acompanhados e tratados no serviço de oncologia em Macedo de Cavaleiros.
Uma dificuldade que “acabou por se tornou numa oportunidade e que gerou uma solução muito melhor do que tinham até agora”, segundo o presidente do Conselho de Administração da ULSNE, António Marçôa.
As equipas do Centro Oncológico de Vila Real vão deslocar-se a Macedo de Cavaleiros conforme “a necessidade média que houver por parte dos doentes”, como adiantou o presidente do CHTMAD, Carlos Cadavez.
Esta instituição dispõe de uma equipa composta por 15 médicos de diferentes áreas da especialidade que vão disponibilizar em Macedo de Cavaleiros, com exceção da Radioterapia. O Centro Oncológico tem equipamento capaz de dar apenas reposta aos doentes de Vila Real, pelo que os utentes do distrito de Bragança que necessitem deste tratamento terão de continuar a deslocar-se ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.
O propósito desta parceria, que estreita o relacionamento entre as duas instituições de saúde transmontanas é “assistir, sempre que possível, os doentes próximo das suas casas e das suas famílias”.
“É muito mais barato para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tratar os doentes em Macedo de Cavaleiros do que fazê-los deslocar todos para o Centro Oncológico de Vila Real ou para o IPO do Porto”, defendeu o presidente do CHTMAD, Carlos Cadavez.

O presidente da ULSNE, António Macro, lembrou que o Centro Oncológico de Vila Real, inaugurado em 2009, “já foi concebido para tratar os doentes dos dois distritos, Bragança e Vila Real.
Os responsáveis não avançaram as condições, nomeadamente a nível financeiro, deste acordo, justificando que a preocupação primeira “é o tratamento dos doentes e só depois vão tratar as outras questões burocráticas”.
A ULSNE gasta em média por ano 220 mil em transportes de doentes, sobretudo do foro oncológico, segundo dados da administração.
No ano de 2013, o serviço de oncologia de Macedo de Cavaleiros atendeu 514 doentes num total de 2.687 consultas, e 238 doentes em mais de duas mil sessões no hospital de dia, em que se inclui a quimioterapia, como indicou o diretor clínico da ULSNE, Domingos Fernandes.
O Centro Oncológico de Vila Real tem capacidade para dar resposta a 80% das necessidades desta especialidade.
No ano de 2013, contabilizou quase oito mil consultas de oncologia, perto de 900 internamentos nas 28 camas disponíveis e mais de 5.500 sessões no hospital de dia.
Segundo o responsável Carlos Cadavez, a instituição realizou ainda mais de 5.700 visitas em serviços domiciliários.
Por Lusa