O Bloco de Esquerda (BE) entregou na Assembleia da República uma requisição para perceber se o Governo “está disponível” para renovar o acordo com a Misericórdia de Valpaços e “permitir” o funcionamento do hospital.

O Hospital de Valpaços, administrado pela Santa Casa, encerrou a 11 de janeiro por falta de acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e os cerca de 40 funcionários estão sem trabalho e na “dúvida” quanto ao seu futuro profissional.

O deputado do BE João Semedo adiantou, em comunicado, que o encerramento da unidade hospitalar de Valpaços “justifica os protestos populares a que temos assistido nos últimos dias”.

Os bloquistas acreditam que as manifestações populares se devem ao facto do hospital ser a “única unidade de saúde ao serviço da população que vive e trabalha neste concelho”.

Quanto aos funcionários do hospital, João Semedo considera que, para além de terem ficado sem trabalho estão “em risco de cair no desemprego”.

Por isso, o BE afiança que a “luta” da população pela reabertura do Hospital de Valpaços e a reintegração dos seus funcionários é “legítima”, aliás, “esta situação depende do estabelecimento de um acordo com a ARS Norte à semelhança dos que já existiram no passado e que agora estão cancelados”.

O deputado bloquista pretende saber se o Governo “está disponível para renovar o acordo com a Misericórdia de Valpaços de forma a permitir o funcionamento do respetivo hospital, única unidade de saúde existente no concelho”.

Além disto, o BE questiona o ministério da Saúde sobre as modalidades que “irá revestir esse acordo em termos de serviços e valências”.

O grupo parlamentar do BE deseja ainda saber que vai fazer o Governo para “assegurar o respeito e a continuação dos contratos de trabalho” celebrados com os funcionários da unidade hospitalar e “preservar” os postos de trabalho.

A população de Valpaços já se manifestou três vezes desde a passada quinta-feira pela reabertura da unidade hospitalar e a readmissão dos trabalhadores que continuam com o vencimento de janeiro em atraso.

Na passada segunda-feira, o presidente da câmara, Francisco Tavares, “atenuou” os ânimos das pessoas ao revelar ter garantias por parte da ARS Norte que o hospital vai reabrir com as mesmas valências.

17 de fevereiro de 2011

Fonte: LUSA/SAPO