24 de janeiro de 2014 - 14h52
O Hospital de São João, no Porto, vai formar médicos na área da Estimulação Cerebral Profunda aplicada ao tratamento da doença de Parkinson, uma técnica usada em mais de 250 doentes da instituição nos últimos 12 anos.
Quatro médicos brasileiros participam num primeiro curso, que vai decorrer na segunda e na terça-feira.
“O Hospital de São João foi o primeiro centro do país a realizar a técnica de Estimulação Cerebral Profunda e, ao longo dos últimos 12 anos, só neste centro, mais de 250 doentes já beneficiaram desta terapia”, revela aquela unidade hospitalar, em comunicado enviado à Lusa.
Com a formação promovida pelo Serviço de Neurocirurgia, “pela primeira vez um hospital português dá formação a médicos estrangeiros” sobre esta "técnica inovadora, que permite reduzir os sintomas associados a patologias” como a Doença de Parkinson, Distonia, Tremor Essencial ou Epilepsia”, acrescenta a nota de imprensa.
“Neste primeiro curso vamos receber quatro médicos brasileiros de diferentes hospitais e, até ao final do ano, gostaríamos de promover mais sessões formativas nesta área para mais médicos de outras instituições”, esclareceu Rui Vaz, diretor do Serviço de Neurocirurgia daquele Hospital.
De acordo com o médico, “ao longo dos últimos 12 anos”, a prática clínica do Hospital de S. João “tem demonstrado que a estimulação cerebral profunda permite uma melhoria enorme da qualidade de vida das pessoas com doenças do movimento”
“Por isso, orgulhamo-nos por contribuir na formação médica, para que doentes de outros países possam ter acesso à tecnologia mais avançada para o tratamento destas patologias altamente incapacitantes”, observou o clínico.
A cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda é realizada em Portugal desde 2002 e baseia-se numa tecnologia inovadora que “melhora a função motora e reduz a incapacidade dos pacientes que sofrem de bradicinésia, ou seja, de lentidão de movimentos e dificuldade em realizar esses mesmos movimentos devido a tremores e ‘prisão’ dos membros”, explica a nota de imprensa do Hospital de S. João.
A cirurgia consiste “na colocação de um neuroestimulador que faz chegar estímulos elétricos aos núcleos profundos existentes em cada hemisfério cerebral”.
Estas pequenas descargas elétricas “levam à modificação do funcionamento do núcleo, que vai provocar uma alteração nos circuitos cerebrais responsáveis pela regulação dos movimentos voluntários”.
Estima-se que as disfunções do movimento afetem, na Europa, “aproximadamente 10 milhões de pessoas, e as mais comuns são a doença de Parkinson, Tremor Essencial e Distonia”.
Lusa