Com a “dívida vencida, o hospital do Divino Espírito Santo tem a pagar aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Ponta Delgada 568.186 euros, sendo que a dívida total já está nos 615 mil euros”, afirmou José Manuel Bolieiro.

Para o autarca, “esta responsabilidade deve ser também assumida e partilhada pelo Serviço Regional de Saúde, sem prejuízo de o próprio conselho de administração do hospital considerar esta dívida uma preocupação”.

José Manuel Bolieiro esclareceu que foi estabelecido um acordo através do qual há “um pagamento de faturas mais antigas por parte do hospital”, garantindo que o município nunca fará o corte do abastecimento de água.

À Lusa, o Serviço de Relações Públicas e Comunicação do hospital Divino Espírito Santo, o único da ilha de São Miguel, confirma o montante em dívida, acrescentando que, no ano passado, foram efetuados “pagamentos relativos ao consumo de água no montante de 305.600,66 euros”.

A mesma fonte referiu que o consumo de água anual na unidade de saúde “ronda os 280 mil euros, o que significa que o ‘stock’ em dívida desceu ligeiramente”.

O presidente da Câmara de Ponta Delgada considera o hospital uma “instituição essencial”, reconhecendo, por outro lado, “as dificuldades financeiras que o Serviço Regional de Saúde tem, e desde logo, o próprio hospital”.

“Mas é também importante, enquanto instituição pública (a câmara) fazer diligências para a cobrança dos créditos”, afirmou.

Confrontado sobre se trata os serviços públicos de forma diferente dos privados, José Manuel Bolieiro reconheceu que tem “uma identificação com o interesse do hospital e, sobretudo, dos seus utentes e dos doentes”, definindo este serviço “como uma prioridade pública essencial”.

“Fazemos em relação aos privados que estejam em situação de insolvência planos de regularização (de dívidas)”, sustentou, garantindo que procura “tratar com equidade”, embora reconheça ter uma “especial sensibilidade para com a situação do hospital”.

“A verdade é que não faz sentido cortar a água ao hospital, isso seria catastrófico”, disse, notando que este crédito também diminui a capacidade de investimento do município.