12 de fevereiro de 2014 - 09h54

O Hospital de Proximidade de Lamego, que entrou em funcionamento há um ano, dotou a região de novas especialidades médicas, mas ainda está em crescimento, tendo realizado 3.598 cirurgias das 10.000 para que está capacitado.

“É um balanço positivo apesar de ser um hospital em instalação”, afirmou hoje à agência Lusa Carlos Cadavez, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

O Hospital de Proximidade de Lamego começou a funcionar a 11 de fevereiro de 2013, foi o primeiro do país construído de raiz para ambulatório e teve um investimento de 42 milhões de euros.

Aquela unidade dotou a região do Douro Sul de novas áreas médicas, como pneumologia, endocrinologia, pedopsiquiatria, psicologia (em consulta externa), cirurgia vascular e urologia (cirurgia) e acolheu o centro de oftalmologia, uma especialidade de referência no âmbito do CHTMAD.

Este serviço foi transferido do hospital da Régua para a nova unidade. No total estão disponíveis 17 especialidades neste hospital, algumas das quais em consulta externa ou em cirurgia. Por exemplo, a nível de urologia apenas se está a operar neste momento, mas é intenção abrir “em breve” a consulta externa nesta especialidade.

Em termos globais, foram realizadas 3.598 intervenções cirúrgicas neste primeiro ano de atividade em Lamego, sendo que 2.201 correspondem a operações na área da oftalmologia. No entanto, o hospital tem capacidade para realizar cerca de 10.000 cirurgias por ano nos três blocos operatórios de que dispõe.

Falta de acessos

Carlos Cadavez acredita que a falta de transportes públicos neste território, bem como a introdução de portagens na Autoestrada 24, que liga Lamego, Vila Real a Chaves, são problemas que estão a dificultar a “otimização da cirurgia de ambulatório”.

Em termos de internamento, o hospital possui um serviço de medicina interna com 30 lugares. Para compensar a falta de camas em cirurgia, está a ser preparado um projeto, a propor à tutela, que visa a criação de equipas que façam o acompanhamento dos utentes nas suas próprias casas, à semelhança do que já acontece a nível dos cuidados de saúde primários.

A nível de meios humanos existem também algumas carências, pelo
que Carlos Cadavez espera poder contratar em breve pelo menos o dobro de
urologistas para o CHTMAD, passando dos atuais quatro para oito, e
preencher a vaga atribuída em oftalmologia.

Se a contração de urologistas se concretizar, um destes profissionais será colocado a tempo inteiro em Lamego.

Com
a entrada em funcionamento desta unidade, estava previsto o
encerramento do hospital da Régua, no entanto, um ano depois o processo
ainda se arrasta.Neste momento decorrem negociações entre o Ministério
da Saúde, autarquia e Misericórdia de Peso da Régua para a transferência
para a Santa Casa.

Qualquer que seja o futuro deste hospital,
este não deverá passar, segundo Carlos Cadavez, pelo CHTMAD que,
inclusive, até já deixou de pagar a renda à Misericórdia.

“No âmbito do centro hospitalar é que já não se justifica tecnicamente nós continuarmos com aquele hospital”, salientou.

Esta unidade está a funcionar apenas com 12 camas de internamento de medicina interna.

Lusa