19 de maio de 2014 - 10h09
O Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) participa num ensaio clínico internacional para avaliar o potencial de eficácia de um novo medicamento para uma doença oftalmológica que afeta a transparência da córnea.
O ensaio clínico, que começou há dois meses e que se realiza em 39 centros de nove países europeus, está "a ser promissor", observando-se "bons resultados", contou Joaquim Murta, líder da equipa que realiza o ensaio no Centro de Responsabilidade Integrado do Serviço de Oftalmologia.
A doença, queratite neurotrófica, que se estima "afetar uma em cada cinco mil pessoas", pode levar "à perda de transparência da córnea", podendo haver uma "diminuição acentuada da visão", explicou o responsável.
Nas situações mais graves, "a parte da frente do olho fica como um vidro opaco", em que o doente apenas vê "luzes e algumas sombras", aclarou.
A doença é de difícil tratamento e, mesmo depois dos doentes tratados, "por vezes é necessário um transplante da córnea", frisou Joaquim Murta, salientando que com o novo tratamento pode ser possível "tratar das situações de forma rápida, sem se chegar a estados mais avançados", evitando-se o transplante.
O medicamento pode permitir "cicatrizar úlceras na córnea que, quando cicatrizavam, levavam a consequências na transparência da córnea", disse.
A queratite neurotrófica é "cada vez mais frequente", por se fazerem "mais cirurgias oculares agora do que antes", tendo como outras causas o aumento de alergias e as medicações locais nos olhos, referiu Joaquim Murta.
O ensaio clínico deve terminar no final do ano.
Por Lusa