26 de março de 2014 - 13h51
O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) afirmou hoje ainda não ter recebido o relatório da Inspeção-Geral da Saúde à morte de um doente operado no hospital das Caldas da Rainha, cujas conclusões foram divulgadas pela comunicação social.
“O CHO não recebeu, até ao momento, o relatório final da IGAS (Inspeção-Geral das Atividades em Saúde), contendo as averiguações já realizadas”, informou a administração num comunicado lido hoje pela diretora clínica, Isabel Carvalho, sem direito a perguntas.
O comunicado foi emitido “na sequência das notícias veiculadas pela comunicação social sobre a conclusão de uma investigação (…) relativamente aos factos relacionados com a assistência médica prestada ao utente João Brochado” e que, segundo o Correio da Manhã de hoje, apontam para “negligência”, “desprezo nas horas subsequentes à operação” e “atraso no diagnóstico do doente”.
O caso remonta a 24 de fevereiro, data em que o doente faleceu no hospital de Abrantes, para onde foi transferido depois de ter sido operado à vesícula no Hospital das Caldas da Rainha.
Num comunicado emitido a 27 de fevereiro o CHO anunciou a abertura de um inquérito ao caso do doente operado no dia 12 de fevereiro, nas Caldas da Rainha, e transferido para Abrantes dois dias depois, "dado o agravamento do estado clínico no pós-operatório” que motivou a decisão da “ sua transferência para uma Unidade de Cuidados Intensivos".
No mesmo comunicado, o CHO esclareceu que a vaga [em Abrantes] foi encontrada "cerca de 30 minutos depois" de terem sido iniciados os contactos com os hospitais de Santa Maria, de Loures e de Leiria, que recusaram o doente por falta de camas nessas unidades.
No hospital de Abrantes João Brochado esteve semana e meia internado e foi operado mais duas vezes, acabando por morrer, alegadamente de uma infeção generalizada.
Apesar de não ter tido conhecimento do relatório da IGAS a administração do CHO sublinha no comunicado difundido hoje estar “totalmente disponível para continuar a colaborar” com a inspeção, entendo ser sua obrigação “contribuir para um cabal esclarecimento da situação”.
Lusa