"Este é um investimento importante para a instituição", declarou hoje à Lusa Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do Centro Hospital do Entre Douro e Vouga, que gere o São Sebastião.

Segundo o responsável, com o novo angiógrafo é possível “tratar muitos doentes na unidade hospitalar, evitando deslocações para fora da região”, e isso também permitirá que os “excelentes profissionais [do hospital] possam colocar em prática as suas competências técnicas específicas".

O novo aparelho de angiografia digital destina-se ao Serviço de Radiologia do hospital da Feira e irá substituir o angiógrafo que, adquirido em 1998 (ainda antes da inauguração do hospital em janeiro de 1999), "já atingiu o seu fim de vida".

Esse equipamento será utilizado em exames radiográficos aos vasos sanguíneos, o que, por meio da injeção de um contraste radiopaco no corpo do utente, permitirá visualizar como se processa a circulação do sangue num local específico do seu organismo, com vista à identificação de alterações ou lesões que possam explicar determinado quadro clínico.

Aparelho vai reduzir espera

Miguel Paiva acredita que o hospital passará assim "a dispor de uma maior oferta de exames" e também de um serviço de "maior proximidade" ao utente, já que, "por falta desse equipamento, vários exames estavam até aqui a ser realizados em entidades exteriores". Era o que se verificava com os doentes em espera para implantação de um ‘pacemaker’, dispositivo que, uma vez instalado no coração, consegue reconhecer um problema de ritmo cardíaco e emite o devido impulso elétrico para o corrigir.

Esses utentes ficavam vários dias internados no Hospital da Feira para preparação prévia da cirurgia e, quando aptos a dar entrada no bloco operatório, eram então transferidos para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, por esse estar melhor equipado para monitorizar a sua circulação sanguínea.

Para Miguel Paiva, o novo angiógrafo permitirá acabar com as viagens entre diferentes unidades, "reduzindo em cinco dias o período de internamento" dos utentes no São Sebastião e aumentando no hospital os níveis gerais de "internalização da sua atividade assistencial".

Outras das patologias em cujo diagnóstico a angiografia se revela útil são a doença coronária cardíaca, os aneurismas, a arteriosclerose, acidentes vasculares cerebrais, enfartes do miocárdio e gangrena. Esse tipo de exame também é relevante ao nível oftalmológico, para deteção, por exemplo, de degenerescência macular ou retinopatia diabética. O novo angiógrafo digital do Hospital São Sebastião deverá entrar em funcionamento "no final de junho ou início de julho", uma vez concluídos os devidos procedimentos concursais.