A nova diretora clínica é pediatra neste hospital e sucede no cargo a Nuno Alves, que já tinha apresentado o seu pedido de demissão.

Esta reunião seguiu-se à demissão de 28 dos 33 diretores de serviços deste hospital que estão contra a ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra.

Numa carta enviada à administração do hospital e ao ministro da Saúde, os médicos demissionários referem que desde há dois anos se assiste a uma “progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial”.

Na reunião de hoje, a administração “esclareceu detalhadamente todas as questões apresentadas na carta assinada pelos 28 Diretores de Serviço, nomeadamente: recursos humanos, investimentos e atividade assistencial”.

“Estas questões têm merecido a atenção e esforços no sentido da sua resolução por parte deste conselho”, lê-se na nota enviada à comunicação social.

A administração reconhece que “ficou também demonstrado que as preocupações manifestadas pelos diretores dos serviços clínicos têm tido acolhimento do conselho de administração, como evidenciado na posição manifestada nos relatórios e contas, efetuados nos últimos três anos”.

A mesma nota refere que a administração do Amadora-Sintra “manifestou também a disponibilidade para a elaboração de um documento conjunto, a enviar à tutela, no sentido de apresentar, uma vez mais, os problemas e respetivas propostas de solução”.

ARS de Lisboa reconhece caos

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo admitiu dificuldades nos serviços clínicos e de urgência no Hospital Amadora-Sintra, que atribuiu a internamentos mais prolongados e à falta de médicos.

“Nós não escamoteamos a verdade. É só graças a um enorme esforço dos profissionais, sejam médicos, enfermeiros ou técnicos, que se consegue dar resposta a uma situação a que nós não estávamos habituados. É que o número de doentes que vai aos serviços de urgência não aumentou, mas temos doentes mais graves, doentes mais idosos, mais doentes internados e mais doentes que ficam mais tempo no hospital”, disse aos jornalistas Cunha Ribeiro.